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CASA NOVA
Em discurso, presidente chamou de "engraçadinhos" os que criticaram custos da restauração
Lula reabre Alvorada e sugere nova reforma
PEDRO DIAS LEITE
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva aproveitou a reinauguração do Palácio da Alvorada
ontem à noite para dizer, na
frente dos empresários que pagaram a obra de R$ 18,4 milhões,
que o Palácio do Planalto também precisa de reformas.
Na cerimônia, Lula reclamou
dos "engraçadinhos" que criticam os custos e afirmou que só
ele teve a "coragem" de levar
adiante a restauração.
"Se depender de mim, tem
muita coisa para ser restaurada
neste país. E, se depender de
mim, vocês [empresários] vão
ser parceiros em outras restaurações. Se quiserem ver uma coisa é só entrarem no Palácio do
Planalto. É só entrar para ver como aquilo vai precisar", disse o
presidente, improvisando.
A reforma do Alvorada foi
bancada por um consórcio de 20
empresas, que pagaram R$ 920
mil cada uma pela obra. Elas tomaram a decisão depois de Lula
ter reclamado do estado do palácio em um jantar com empresários em junho de 2004.
A reforma durou de dezembro
de 2004 a março de 2006 e resolveu principalmente problemas
hidráulicos e elétricos da residência oficial do presidente. Enquanto aguardava, Lula morou
na residência da Granja do Torto. O Palácio do Planalto é o local
de trabalho do presidente.
Ontem, o presidente destacou
sua própria "coragem" de levar
adiante a reforma. "Porque no
Brasil, lamentavelmente, muitas
vezes, quando você pensa em fazer uma restauração de um monumento histórico, sempre aparece um engraçadinho para dizer: "Isso poderia estar sendo
gasto com outra coisa. Isso daria
para comprar cestas básicas, daria para fazer tantas casas populares". E, com medo da crítica,
ninguém tem coragem de fazer."
Em seguida, aproveitou para
criticar os "engraçadinhos". "Essas mesmas pessoas que criticam, quando viajam o mundo,
adoram visitar os museus, os palácios e voltam encantadas com
o Primeiro Mundo, voltam encantadas com o espírito de preservação dos monumentos. E
elas não sabem que, para aquilo
durar até ele no século 21 ir visitar, precisa alguém ter a coragem de cuidar daquilo, de gastar
dinheiro naquilo", completou.
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