São Paulo, sexta-feira, 07 de abril de 2006

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CASA NOVA

Em discurso, presidente chamou de "engraçadinhos" os que criticaram custos da restauração

Lula reabre Alvorada e sugere nova reforma

PEDRO DIAS LEITE
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a reinauguração do Palácio da Alvorada ontem à noite para dizer, na frente dos empresários que pagaram a obra de R$ 18,4 milhões, que o Palácio do Planalto também precisa de reformas.
Na cerimônia, Lula reclamou dos "engraçadinhos" que criticam os custos e afirmou que só ele teve a "coragem" de levar adiante a restauração.
"Se depender de mim, tem muita coisa para ser restaurada neste país. E, se depender de mim, vocês [empresários] vão ser parceiros em outras restaurações. Se quiserem ver uma coisa é só entrarem no Palácio do Planalto. É só entrar para ver como aquilo vai precisar", disse o presidente, improvisando.
A reforma do Alvorada foi bancada por um consórcio de 20 empresas, que pagaram R$ 920 mil cada uma pela obra. Elas tomaram a decisão depois de Lula ter reclamado do estado do palácio em um jantar com empresários em junho de 2004.
A reforma durou de dezembro de 2004 a março de 2006 e resolveu principalmente problemas hidráulicos e elétricos da residência oficial do presidente. Enquanto aguardava, Lula morou na residência da Granja do Torto. O Palácio do Planalto é o local de trabalho do presidente.
Ontem, o presidente destacou sua própria "coragem" de levar adiante a reforma. "Porque no Brasil, lamentavelmente, muitas vezes, quando você pensa em fazer uma restauração de um monumento histórico, sempre aparece um engraçadinho para dizer: "Isso poderia estar sendo gasto com outra coisa. Isso daria para comprar cestas básicas, daria para fazer tantas casas populares". E, com medo da crítica, ninguém tem coragem de fazer."
Em seguida, aproveitou para criticar os "engraçadinhos". "Essas mesmas pessoas que criticam, quando viajam o mundo, adoram visitar os museus, os palácios e voltam encantadas com o Primeiro Mundo, voltam encantadas com o espírito de preservação dos monumentos. E elas não sabem que, para aquilo durar até ele no século 21 ir visitar, precisa alguém ter a coragem de cuidar daquilo, de gastar dinheiro naquilo", completou.


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