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ELEIÇÕES 2006/PUBLICIDADE SUSPEITA
Secretário de Recursos Hídricos também terá de dar explicações na Assembléia Legislativa; PSDB diz que regimento foi "atropelado"
Comissão convoca presidente da Nossa Caixa
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT conseguiu aprovar ontem,
na Comissão de Finanças e Orçamento da Assembléia Legislativa
de São Paulo, a convocação do
presidente da Nossa Caixa, Carlos
Eduardo Monteiro, e do secretário estadual de Recursos Hídricos,
Mauro Arce.
O primeiro deverá explicar por
que a instituição fez propaganda
em veículos de deputados da base
de apoio ao ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e por que
manteve por cerca de um ano o
serviço de duas empresas de publicidade, apesar de não haver
contrato assinado entre as partes.
Arce foi convocado para falar
sobre a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista
(Cteep), que autorizou duas inserções publicitárias, no valor de
R$ 60 mil cada, na revista "Ch'an
Tao", de propriedade do acupunturista do governador, Jou Eel Jia,
como informou a Folha na edição
de domingo. A Sabesp também
patrocinou a revista. As duas empresas estão subordinadas a Arce.
Além de Carlos Eduardo Monteiro, serão convidados o ex-presidente da Nossa Caixa Valdery
Frota de Albuquerque, o ex-gerente de marketing Jaime Castro
Júnior, sua sucessora, Marli Martins, o ex-diretor de infra-estrutura do banco Odair Ziolli, além de
Roger Ferreira, ex-assessor de Comunicação do governo.
A aprovação se deu graças a um
cochilo dos deputados governistas que, em outras duas ocasiões,
inviabilizaram a convocação ao
pedir vista do requerimento. Ontem, porém, eles não conseguiram adiar o chamado.
A intenção dos deputados Vaz
de Lima (PSDB) e Paulo Sérgio
(PV) era não comparecer à sessão
e, com isso, justificar a falta de
quórum para que ela não ocorresse. Porém, logo depois do prazo
previsto para o início dos trabalhos, às 14h15, o deputado Edmir
Chedid (PFL) entrou na sala, garantindo o número mínimo de
deputados, e os pedidos de convocação foram aprovados.
Vaz de Lima solicitou cópias das
imagens da reunião para saber se
o presidente "atropelou" o Regimento Interno. "Não podemos
aceitar que se passe por cima do
Regimento", disse o tucano. A Folha não conseguiu falar com o
presidente da comissão, José Caldini Crespo (PFL).
"Eles [Lima e Paulo Sérgio] chegaram e nem sabiam o que estava
sendo votado", afirmou o líder do
PT, Ênio Tatto. O presidente da
Nossa Caixa e o secretário terão
30 dias para comparecer à Assembléia. Se não o fizerem, poderão
ser conduzidos pela polícia.
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