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Após multas, Lula critica uso da máquina
Punido duas vezes por campanha antecipada, presidente diz que é possível ajudar um candidato sem auxílio da administração
No Rio, Lula afirma discordar das penalidades recebidas; presidente diz que não vai deixar o governo de lado por causa da campanha eleitoral
DA SUCURSAL DO RIO
Acusado pela oposição de
usar a força de sua administração em favor da pré-candidata
Dilma Rousseff (PT), o presidente Lula afirmou ser "possível" fazer campanha eleitoral
sem utilizar a máquina pública.
"É preciso que a gente seja
definitivamente republicano
neste país, que a gente passe
para a sociedade a ideia de que é
possível você ajudar um candidato, você participar de um
processo eleitoral, sem utilizar
a máquina como sempre se
usou neste país para beneficiar
um ou outro candidato", disse.
Em entrevista a duas emissoras de rádio, Lula afirmou discordar da multa que recebeu do
TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por campanha antecipada e
disse que recorrerá da decisão.
A penalidade, de R$ 10 mil,
foi determinada pela participação na inauguração do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados de São
Paulo, no dia 22 de janeiro. Outra multa imposta a Lula, de R$
5 mil, foi confirmada ontem pelo TSE (leia texto ao lado).
"Era uma entidade particular, não havia obras públicas ali.
E me parece que eu fui multado
porque eu falei que nós íamos
ganhar as eleições, e a câmera
de TV mostrou a cara da Dilma,
que estava no palanque."
O presidente, porém, evitou
ontem entrar em confronto
com o Judiciário. "Se ele [o Judiciário] entender que eu sou
culpado, eu, como qualquer ser
humano comum, tenho que pagar pelo erro que cometi."
Lula comentou ainda que
não vai deixar o governo para se
dedicar à campanha de Dilma.
"Tenho que governar o Brasil.
Não posso deixar o governo para fazer campanha", disse.
Ele também falou sobre a
reunião ministerial de anteontem, na qual foram apresentados dez novos ministros, que
entraram na vaga daqueles que
se desincompatibilizaram para
disputar as eleições de outubro.
"A palavra de ordem era a seguinte: nós temos nove meses
para trabalhar mais do que trabalhamos nestes três anos."
O presidente lembrou a Copa
de 1962, no Chile, quando o
Brasil foi bicampeão mundial
mesmo sem Pelé, lesionado.
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