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TÍTULOS SOB SUSPEITA
Relator prefere que depoimentos sejam dados em sessões fechadas; Bernardo Cabral quer sessões abertas
CPI vai ouvir senador que aprovou emissão
da Sucursal de Brasília
A CPI dos Precatórios aprovou ontem a
convocação dos
senadores que,
como relatores,
deram pareceres
favoráveis às
emissões irregulares de títulos de
Estados e municípios.
Os senadores serão ouvidos em
conjunto, no próximo dia 21. Ainda há dúvidas sobre se os depoimentos ocorrerão em sessão aberta ou fechada.
O relator da CPI, Roberto Requião (PMDB-PR), afirmou que
prefere tomar o depoimento em
sessão fechada, apesar do risco de
ser criticado por "privilegiar" os
colegas.
"Uma sessão aberta inibiria tanto as respostas quanto as perguntas", afirmou o relator.
Já o presidente da comissão, senador Bernardo Cabral, defendeu
uma sessão aberta.
O relator não apresentou a lista
de convocados. Entre os parlamentares que relataram processos
de emissão de títulos estão Gilberto Miranda (PFL-AM), Esperidião
Amin (PPB-SC), Beni Veras
(PSDB-CE), Carlos Wilson
(PSDB-PE), Eduardo Suplicy
(PT-SP), Mauro Miranda
(PMDB-GO), Fernando Bezerra
(PMDB-RN), Lauro Campos
(PT-DF) e Nabor Júnior
(PMDB-AC).
Até o momento, nenhum senador foi atingido pelas investigações da CPI.
Os relatores tiveram apenas de
responder por escrito a um questionário sobre a tramitação dos
processos no Senado.
Na maior parte dos casos, a tramitação se deu em regime de urgência.
Alguns dos processos, como o de
Santa Catarina, nem sequer passaram pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e acabaram
por ser votados diretamente pelo
plenário.
Todos os pedidos justificavam a
emissão de títulos com base na necessidade de pagar precatórios (dívidas judiciais).
As investigações da CPI, porém,
demonstraram que o dinheiro obtido com a venda dos papéis foi
utilizado para pagar outras despesas, o que é proibido pela Constituição.
Questionário
O principal objetivo da distribuição do questionário escrito aos senadores foi averiguar se integrantes de governos estaduais e municipais fizeram "lobby" junto aos
relatores.
Uma das perguntas é a seguinte:
"Integrantes do Senado Federal
e/ou governadores/secretários
procuraram-no nesse período para oferecer 'subsídios' ou argumentos?".
A palavra "subsídios" está entre
aspas no texto original. Requião
também pergunta sobre os "interesses" que influenciaram os senadores.
"Tem algo a dizer sobre os fatos,
os documentos, as pessoas, as entidades e os interesses que, de uma
forma ou de outra, influíram em
seu parecer?"
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