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PRIVATIZAÇÃO
Líder do Consórcio Brasil e presidente da CSN afirma que não pretende alterar a estrutura da empresa
Steinbruch diz que mudança será lenta
SILVANA QUAGLIO
enviada especial ao Rio
Os novos donos da Vale do
Rio Doce não
pretendem mexer na estrutura
da empresa,
nem fazer mudanças bruscas.
A empresa não será desmembrada, porque ganha valor se todas as
áreas continuarem juntas.
"Nos próximos seis meses, vamos conhecer bem a situação da
empresa. Deveremos fazer uma
reorganização, mas de forma lenta
e progressiva, não haverá nada
traumático", disse Benjamin
Steinbruch, líder do Consórcio
Brasil, que venceu o leilão.
Steinbruch é o presidente do
Conselho de Administração da
CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), uma das quatro maiores
siderúrgicas do país. A CSN comprou a maior fatia da Vale: 16,3%.
Para isso, investirá R$ 1,3 milhão.
Segundo Steinbruch, será feita
uma reunião entre os novos acionistas para decidir quem comandará a Vale. O empresário disse
que tem "muito respeito" por
Eliezer Batista, o "pai" da Vale.
"Ele é uma das pessoas que mais
entende de Vale e poderá nos ajudar muito", disse Steinbruch. Os
funcionários da Vale também podem esperar parceria por parte do
novo grupo controlador.
Steinbruch afirmou que discutirá com o BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e
Social) sobre a possibilidade de o
BNDESpar se tornar acionista. O
BNDESpar poderá investir R$ 500
milhões para comprar 10% das
ações que o governo vendeu.
Também os membros do consórcio rival, o Valecom, liderado
pelo empresário Antonio Ermírio
de Moraes, poderão conversar
com os novos controladores.
Steinbruch disse que telefonaria
para Ermírio de Moraes ontem à
noite para cumprimentá-lo.
"Nossas diferenças foram de conceito, nunca houve nada pessoal."
Os demais participantes do consórcio vencedor são quatro grandes fundos de pensão de funcionários de estatais, o banco Opportunity e o banco norte-americano
Nations Bank.
O Bradesco poderá se tornar
acionista da Vale em um ano. Foi
feita uma engenharia financeira
para permitir que o banco participasse indiretamente, já que o
BNDES proibiu a entrada direta do
banco. O Bradesco participou do
grupo que fez a avaliação e a modelagem de venda da estatal.
O dia
Steinbruch viajou de São Paulo
para o Rio por volta das 6h de ontem. Ocupou uma sala especial na
Bolsa de Valores do Rio e, de lá,
deu as ordens.
"Estávamos preparados para ir
um pouco mais longe nos lances",
afirmou o empresário satisfeito.
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