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Avião de empresário deve ter sido usado por mais candidatos, diz Serra
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
José Serra (PSDB) afirmou ontem não duvidar de que Carlos Jereissati tenha pago R$ 600 mil pelo aluguel de um avião na campanha de 1994. Mas o tucano supõe
que o empresário tenha emprestado o King Air para outros candidatos, além dele.
Em entrevista à Folha, Jereissati
disse ter contribuído com aproximadamente R$ 100 mil em espécie (cheque), por meio do economista Ricardo Sérgio de Oliveira,
e com cerca de R$ 600 mil "na forma de pagamento de um serviço".
No caso, um avião King Air C 90,
usado por Serra na campanha.
Ontem, antes de viajar de Alagoas para São Paulo, onde hoje terá um encontro com o banqueiro
Olavo Setúbal, Serra recebeu uma
cópia integral da prestação de
contas entregue ao TRE (Tribunal
Regional Eleitoral) de São Paulo.
Estava mais interessado nela do
que na notícia, que considerou
"hilariante", segundo a qual o PFL
voltara a discutir a troca do candidato tucano.
Na contabilidade entregue ao
TRE, aparece um cheque de R$ 50
mil emitido pelo shopping Iguatemi, do grupo Jereissati, em setembro de 1994. Outras duas doações
somam R$ 45.016,68 e referem-se
ao aluguel do King Air.
O "Diário Geral da Contabilidade" (anexo da prestação de contas) descreve o serviço: trata-se do
valor dos bônus entregues à La
Fonte, de Jereissati, "para despesas de quilometragem de aviação". Para Serra, isso prova que
não entrou dinheiro vivo na campanha: ele viajou e depois entregou à La Fonte os bônus referentes ao valor do trecho utilizado, de
cerca de 30 mil quilômetros.
Segundo o senador, a maior
parte das viagens (entre 80% e
90%) ele fez acompanhando Mário Covas, à época candidato ao
governo do Estado. A equipe de
Serra considerou "risível" a hipótese de desvio de dinheiro para
um caixa dois de campanha.
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