São Paulo, quinta-feira, 07 de maio de 2009

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Coordenador da pré-campanha de Dilma defende volta de Delúbio

Ex-prefeito de Recife pede para fazer defesa de ex-tesoureiro em reunião do PT

FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Coordenador da pré-campanha presidencial de Dilma Rousseff (Casa Civil) no Nordeste, o ex-prefeito de Recife João Paulo Lima e Silva pediu para ser o principal defensor do ex-tesoureiro Delúbio Soares na reunião do PT que decidirá sua volta ao partido, prevista para amanhã.
Antes da discussão do Diretório Nacional, porém, será votada proposta de duas correntes minoritárias, a Mensagem ao Partido e a Articulação de Esquerda, para retirar o tema da pauta. Ontem, a tendência era de aprovação do adiamento. A proposta agrada ao Planalto: um de seus defensores é o chefe da assessoria especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia.
A volta de Delúbio, artífice do mensalão, rachou a cúpula do governo e praticamente todas as correntes. Enquanto o principal representante de Dilma no diretório o defende, palacianos trabalham contra. Chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho tem dito internamente que ficará difícil aceitar presidir o PT se Delúbio, que foi expulso em 2005, for anistiado.
O diretório tem 84 integrantes. Havendo quórum mínimo de 43 petistas, uma maioria simples será suficiente para aceitar o retorno de Delúbio.
A Mensagem, ligada ao ministro da Justiça, Tarso Genro, e a Articulação de Esquerda tendem a rejeitar sua volta.
João Paulo, pertencente à Mensagem, é uma exceção na corrente. Seu argumento é o de que Delúbio já pagou por seus erros com a desfiliação durante quatro anos. "Farei meu discurso como militante, não como representante da tendência", afirmou o ex-prefeito.
Segundo integrantes do diretório, o resultado é imprevisível. Muito vai depender do comportamento da corrente majoritária, a Construindo um Novo Brasil, à qual pertencia Delúbio. A maioria da corrente favorece o retorno, mas não haverá fechamento de questão.
Delúbio tem procurado dirigentes para poder voltar. Diz que pagou preço alto e que nunca desviou dinheiro em proveito próprio.


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