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Serra diz que vai querer PT e PV no governo se for eleito
No primeiro encontro, presidenciáveis evitam polêmica e adotam tom cordial
Tucano evita se portar como
opositor e diz que "Brasil vai precisar estar junto'; Dilma
explora dados do PAC e foca
promessas nos municípios
Pedro Silveira/"O Tempo"
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Dilma, Serra e Marina durante o encontro de ontem, o primeiro entre os três pré-candidatos desde o início da atual fase da disputa
PAULO PEIXOTO
RODRIGO VIZEU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
No primeiro encontro entre
os três principais pré-candidatos à Presidência da República,
o tucano José Serra disse que
pretende ter o PT e o PV em seu
governo caso seja eleito.
O tucano, Dilma Rousseff
(PT) e Marina Silva (PV) ficaram lado a lado durante o congresso anual da AMM (Associação Mineira de Municípios),
em Belo Horizonte. Eles responderam a questões da entidade, sem poder fazer perguntas entre si nem réplica.
O debate foi morno e marcado pela estratégia dos três de
evitar polêmicas e bate-boca.
Na entrada do encontro, professores da rede estadual de ensino tentaram agredir Serra e
houve tumulto.
O aceno de Serra ao PT e ao
PV faz parte da estratégia do tucano de não assumir o papel de
candidato de oposição a Lula.
A "deixa" foi uma fala de Marina, que disse que o PSDB foi
refém "do que há de pior no
DEM", e que o PT "ficou refém
do que há de pior do PMDB". E
concluiu: "É preciso ter a ética
dos valores acima da ética das
circunstâncias".
Foi quando Serra disse que,
se eleito, vai querer governar
com PT e PV. "Vou dizer o seguinte, Marina: se depois da
campanha eu for eleito -e pode parecer uma heresia, viu,
Dilma?-, mas vou querer tanto
o PT quanto o PV no governo
em função de objetivos comuns, com base no programa".
"O Brasil vai precisar estar
junto nos próximos anos. Hoje
e ontem a oposição sempre tem
um comportamento que empurra o governo para um lado
que não devia", disse ele.
Ele também fez um aceno ao
PP elogiando Francisco Dornelles, cotado para ser seu vice.
Em toda sua apresentação,
Dilma fez menções ao PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento) e ao PAC 2 e enumerou programas do governo
federal para as prefeituras.
"Nós impedimos que a crise
[econômica] afetasse os municípios", afirmou a petista.
Serra aproveitou a resposta
para uma crítica indireta ao governo Lula, dizendo que, apesar
de "corretas", as desonerações
de impostos para aquecer a
economia derrubaram a arrecadação das prefeituras.
"Não vamos deixar o governo
fazer benefícios com o chapéu
alheio", afirmou Serra, que disse ainda ter faltado R$ 1,5 bilhão para completar a perda
dos municípios com a crise.
Mesmo assim, em seguida ele
fez questão de amenizar a crítica: "Não estou focando nesse
governo atual. Isso é histórico."
A ex-ministra respondeu a
ele, dizendo que, na crise do
ano passado, "pela primeira vez
o governo era parte da solução". Antes, disse, o governo federal era afetado pelas crises.
Ela disse que o governo nunca fez distinção entre as filiações partidárias dos prefeitos
na hora de fazer repasses.
Marina alfinetou a petista,
dizendo que, apesar de Dilma
ter defendido que o governo
Lula tem "relação republicana"
com prefeitos, "boa parte dos
recursos ainda não são repassados sem mediação política".
A pré-candidata do PV foi a
mais aplaudida pela plateia
(formada por cerca de 400 prefeitos, vice-prefeitos e secretários municipais) ao criticar a
animosidade dos últimos 16
anos entre tucanos e petistas.
Dilma defendeu a realização
de uma reforma tributária no
país. "Isso tem que ser feito
com persistência e coragem. É
complexo, tem muitos interesses envolvidos."
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