Decisão do senador do PMDB garante um palanque forte para o presidenciável tucano José Serra na terra natal de Lula

O senador, que tem mais 4 anos de mandato, aceitou entrar na disputa estadual a pedido de Serra, devido à falta de nomes na oposição

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) anunciou ontem em Recife sua pré-candidatura ao governo de Pernambuco. A decisão beneficia o presidenciável tucano, José Serra, que necessita de um palanque forte na terra natal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Jarbas, que ainda tem mais quatro anos de mandato no Senado, não pretendia disputar a sucessão estadual. Foi levado a isso pela falta de nomes na oposição e a pedido de Serra.
O senador enfrentará o governador Eduardo Campos (PSB), pré-candidato à reeleição, apontado em pesquisas como favorito nas urnas. Ex-ministro do atual governo, Campos é um dos principais aliados de Lula nos Estados.
Em seu discurso, Jarbas citou o nome de Serra seis vezes e repetiu um slogan do tucano, adaptando-o à região: Pernambuco "pode fazer muito mais".
Crítico contumaz do governo federal, o senador amenizou os ataques ao presidente. Disse que, "sem dúvida alguma, Lula ajudou Pernambuco", mas atribuiu essa ajuda ao período em que administrou o Estado, entre 1999 e 2006.
"Arrumamos as finanças do Estado, investimos fortemente em Suape [complexo portuário e industrial], na infraestrutura. Nada caiu do céu", declarou.
"Nunca deixei de reconhecer o apoio que recebi de Lula. E ele também nunca deixou de destacar nosso bom diálogo. Minha relação com Lula foi republicana, respeitosa, mas sem adesismo", disse Jarbas.
Questionado sobre como pretende obter recursos para sua campanha sem o apoio do seu próprio partido -que é aliado do PT-, o senador disse que, se for necessário, vai procurar a direção do PMDB, com quem admitiu manter uma relação "azeda".
O anúncio da candidatura do peemedebista reuniu os principais líderes da oposição no Estado, entre eles o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). O líder tucano disse que não será candidato à reeleição e que disputará uma vaga na Câmara.


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