São Paulo, sexta-feira, 07 de maio de 2010

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NELSON DE SÁ - nelsonsa@uol.com.br

Fotos cnbc.com
"THE MACHINE BROKE DOWN"
Wall Street desabou ao vivo na CNBC e "enlouqueceu" os âncoras do maior canal de finanças dos EUA. Jim Cramer bradou que "a máquina quebrou, obviamente quebrou, o sistema caiu". Depois a CNBC ouviu de várias fontes que um corretor trocou "m" de milhões por "b" de bilhões, ao registrar um negócio, e acentuou a queda

15 minutos

Por "Wall Street Journal", "Financial Times", "New York Times", as manchetes on-line recorreram quase sempre ao mesmo verbo, no meio da tarde, "plunge". Wall Street "mergulha". Fim do dia e, sob enunciados na linha "mergulha e se recupera", os sites de jornais passaram a mencionar a "possibilidade" de um erro, como noticiado pela CNBC _e já destacado então por Huffington Post, Drudge Report e pelo influente agregador Real Clear Politics.
Huffington Post, "NYT" e outros relataram depois como foi a cobertura no momento de maior queda, a partir de 15h30 no Brasil. Sites de Bloomberg e outras sofreram com o tráfego maior. Fox Business e outros canais misturavam cenas de violência na Grécia aos números. Com os primeiros sinais de estabilização, uma das âncoras da CNBC comentou terem sido os "15 minutos mais excitantes da história" da emissora.

cnbc.com
El-Erian na CNBC, uma hora antes da grande queda

ORÁCULO NOVO
O economista Nouriel Roubini abriu o dia com uma entrevista ao italiano "La Reppublica" em que avisou para o "contágio não só para os países com maior risco", mas até "uma implosão do euro".
Porém o oráculo desta vez veio de Mohamed El-Erian, do Pimco, maior fundo do mundo. Em entrevista ao vivo na CNBC, avisou que a crise da dívida grega "está à beira de se tornar verdadeiramente global" (is on the verge of truly going global). E "não subestime quão rapidamente isso poderá acontecer". Uma hora depois, o índice Dow Jones mergulhou nove pontos.



PORTO SEGURO?
Canais de notícias e sites por aqui não chegaram à histeria americana. Fecharam o dia com foco na queda de 2,31% na Bovespa e principalmente no dólar que foi "a quase R$ 1,90", destaque da Reuters Brasil. "Um enorme salto", para o "Jornal Nacional".
Mas o topo das buscas no Yahoo News, no fim do dia, trazia a longa reportagem "Dívida do Brasil oferece porto seguro", da Bloomberg, ressaltando que o país estaria sendo procurado pelos "investidores preocupados com o contágio relacionado à Grécia".

ft.com/reports
INFRA
O "Financial Times" saiu com outro caderno sobre o Brasil, com 14 páginas sobre infra-estrutura. No texto inicial, "Um novo futuro brilhante está quase fora de alcance". Mas "Investimento agora está no centro do horizonte político" e "Avanço tem sido lento, mas o PAC não é um fracasso", na página seguinte, com foto de Dilma Rousseff. Nos anúncios, Camargo Corrêa, CPFL, Itaú, Caixa

APAGÃO NOVO
Na manchete do "Valor" de papel, em reportagem de São Paulo, "Construtoras já temem apagão de mão de obra". Prevendo expansão entre 30% e 50% para este ano, "as empresas acreditam que o Bolsa Família e o próprio aquecimento do mercado nordestino provocaram redução das migrações do Nordeste".


"IDIOTA", "OBTUSO"
Por sites de jornais americanos, com Reuters, "Irã quer ganhar tempo ao aceitar mediação do Brasil, dizem EUA". Foi o que falou "o principal assessor de Obama para a América Latina, Daniel Restrepo".
Ato contínuo, um dos editorialistas do "Washington Post", Jackson Diel, que escreve os editoriais de política externa, postou no blog de opinião do jornal o texto "Lula se tornou o idiota útil do Irã?". Abertamente ofensivo, acusa Lula de agir por "vaidade". Em março, também tratando da relação com o Irã, um editorial do "Miami Herald" havia dito que "a postura de Lula soa perigosamente obtusa".



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