|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RUMO ÀS ELEIÇÕES
Tucano diz que decisão de encurtar prazos da rolagem da dívida é "normal num processo eleitoral incerto"
Serra minimiza crise econômica e isenta BC
DA SUCURSAL DO RIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra,
minimizou ontem o impacto da
decisão do Banco Central de encurtar os prazos para o pagamento de títulos públicos, aumentando em 76% o valor das dívidas
que vencem no primeiro trimestre do ano que vem, o que criará
dificuldades para o governo que
toma posse em janeiro.
"Acho normal, num processo
eleitoral incerto, que causa nervosismo, que os prazos para rolagem da dívida encurtem. Não é o
BC que está fazendo isso. É o mercado. É evidente que o BC preferia
manter prazos mais longos para o
pagamento de dívidas", disse.
De acordo Serra, que esteve no
Rio para discutir com técnicos do
PMDB e PSDB a elaboração de
um programa de governo comum, essa situação pode ser revertida após as eleições.
Serra disse, porém, que não
acha justificável o nervosismo do
mercado, que fez o dólar e o risco
Brasil subirem nos últimos dias.
Sobre a alta do dólar, lembrou
que, no ano passado, a moeda
americana teve queda após atingir picos de quase R$ 3. Disse que
o mesmo deve acontecer agora.
Ao responder à pergunta dos
jornalistas sobre uma possível
má-fé dos investidores que estavam causando nervosismo no
mercado, Serra preferiu dizer que
"há uma boa dose de ignorância"
e criticou a inclusão de pesquisas
eleitorais nas análises de risco.
O tucano também se encontrou
ontem com executivos do Banco
Santander em Mangaratiba (70
km do Rio). Ele disse que vai
"continuar com uma equipe econômica", mas terá "uma equipe
social com o mesmo status e com
metas definidas para serem
acompanhadas pela sociedade".
Serra criticou os pré-candidatos
de oposição: "Os pré-candidatos
apostam no quanto pior melhor,
até para atrair a atenção da opinião pública". E voltou a atacar o
presidenciável Ciro Gomes (PPS),
que anteontem o acusou de "desonestidade intelectual", por fazer
parte de um governo que, apesar
de defender a responsabilidade
fiscal, permitiu que a dívida pública interna chegasse a R$ 630 bilhões. ""O único jeito de discutir
com o Ciro é descer ao nível da
baixaria. O grau de ignorância é
tão assombroso que fica difícil ter
uma discussão séria."
O pré-candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva,
afirmou ontem que a responsabilidade de todas as atitudes do BC
até o dia 31 de dezembro, quando
encerra o mandato de FHC, é do
próprio presidente, do ministro
da Fazenda, Pedro Malan, e do
presidente do BC, Armínio Fraga.
Lula criticou Fraga por "falar
demais" ao se referir ao saque de
grupo de investidores em fundos
de renda fixa às vésperas da mudança de regras que provocou
prejuízo aos aplicadores.
"A responsabilidade pelo que
aconteceu foi única e exclusivamente do BC. Por isso acho que
Armínio deve falar menos. Ele
não deve falar. Ele só tem de trabalhar. Tomar conta da nossa
moeda. Quando ele começa a dar
muito palpite onde não deveria
dar, começa a acontecer isso. Tenho a impressão que eles querem
criar desconfiança na sociedade
quando a sociedade está precisando que lhe passem serenidade."
O presidenciável do PSB, Anthony Garotinho, disse ontem em
Brasília que a decisão do BC de
aumentar a concentração da dívida do governo no mercado financeiro no primeiro trimestre de
2003 vai forçar uma renegociação.
"Vamos negociar. Não sou a favor
de decisões unilaterais", afirmou.
Texto Anterior: Força Sindical ameaça tirar apoio a Ciro por causa de vice Próximo Texto: TSE mantém limite à aparição de candidato na TV e favorece tucano Índice
|