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QUESTÃO AGRÁRIA
Segundo polícia, trabalhadores ligados a MST estavam armados
Polícia do Pará prende 19 sem-terra
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
A polícia do Pará prendeu 19
trabalhadores rurais sem-terra, ligados ao MST, acusados de formação de quadrilha e porte ilegal
de armas. Os sem-terra foram
presos em uma área da União invadida próxima ao município de
Altamira. Segundo a Polícia Civil,
eles foram detidos com 18 espingardas e munições.
As prisões ocorreram há seis
dias, mas só foram divulgadas ontem. Os advogados do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de Itaituba
(PA) entraram ontem com pedido de habeas corpus.
"A prisão estava sendo mantida
em sigilo pela polícia e só conseguimos descobrir o caso hoje [ontem"", disse o coordenador do
MST no Pará, Raimundo Nonato.
Segundo ele, "as armas encontradas com os presos são usadas para
a caça, e as prisões são o reflexo da
impunidade relacionada aos crimes praticados no Pará".
Segundo o MST, pelo menos 33
trabalhadores rurais foram mantidos presos neste ano no Pará. A
Secretaria de Segurança Pública
alega que as prisões foram legais.
Dirigentes do MST no Pará afirmaram ontem que uma onda de
invasões pode ocorrer no Estado
nas próximas semanas em represália à absolvição dos PMs acusados de co-autoria nas mortes de
19 sem-terra em abril de 1996, em
Eldorado do Carajás.
O movimento aguarda o resultado da última sessão do julgamento, marcado para começar na
próxima segunda. Serão julgados
129 policiais envolvidos no confronto. Dos 18 julgados até agora,
16 foram absolvidos. Apenas dois
comandantes foram condenados.
O coronel Mário Pantoja foi
condenado a 228 anos de prisão.
O major José Maria Oliveira, 158.
Eles recorrem em liberdade. O capitão Raimundo Almendra Lameira foi absolvido. O Ministério
Público recorreu. Na semana passada foram absolvidos nove sargentos. Anteontem, quatro tenentes e dois sargentos.
Rainha
O ministro do STJ (Superior
Tribunal de Justiça) Felix Fischer
negou ontem liminar que cassaria
a ordem de prisão do líder do
MST José Rainha Júnior e de sem-terra acusados de formação de
quadrilha em processo criminal.
Fischer disse que não poderia
atender ao pedido por razões técnicas (processuais).
Colaborou a Sucursal de Brasília
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