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TSE endurece verticalização e deixa PMDB numa sinuca
Partido sem nome à Presidência não pode se aliar a qualquer outro nos Estados
Presidente do TSE, Marco Aurélio, foi o articulador da
mudança: "A verticalização existe ou não existe; ela não pode ser algo de fachada"
DA SUCURSAL DE BRASILIA
O TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) tornou mais dura a
regra da verticalização das coligações partidárias e restringiu
as possibilidades de aliança,
principalmente para o partido
que decidir não participar da
disputa presidencial.
Os ministros responderam
ontem à noite a uma consulta
do PL sobre a aplicação dessa
regra neste ano. A decisão tem
caráter administrativo, não judicial, mas servirá de referência
para o registro de candidaturas.
O principal atingido pela decisão é o PMDB, que até agora
tendia a ficar fora da disputa
presidencial. Dessa forma, ele
teria plena liberdade para formar diferentes alianças nos Estados, conforme as conveniências locais.
A nova orientação do TSE
proíbe o partido que estiver fora da campanha presidencial de
se aliar, nos Estados, com siglas
que apóiam candidatos. Ele só
poderá se coligar com partidos
que também estiverem excluídos da disputa nacional.
A decisão deverá estimular o
PMDB a aderir formalmente à
candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva ou à de Geraldo Alckmin ou ainda a lançar candidato próprio a presidente.
Inovação
Outra novidade adotada ontem pelo tribunal, também no
sentido de tornar a regra da
verticalização mais dura, é que,
se quatro partidos se coligarem
na disputa presidencial, terão
de repetir essa aliança em cada
Estado ou cada partido terá de
disputar a eleição estadual isoladamente.
A verticalização foi instituída
pelo TSE em 2002. Ela exige
que as alianças nacionais sejam
reproduzidas nos Estados. Há
quatro anos, entretanto, a aplicação da regra foi mais flexível.
Naquele momento, o PFL,
não disputou a eleição presidencial e teve liberdade de fazer coligações diversas nos Estados.
Da mesma forma, quatro
partidos que se uniram em torno de um candidato a presidente puderam se dividir em duas
coligações em um determinado
Estado.
O presidente do TSE, Marco
Aurélio de Mello, foi o principal
defensor da mudança de orientação. "Ou a verticalização existe ou não existe, ela não pode
ser algo de fachada", disse após
a decisão. O partido "não se coligou lá em cima, mas não pode
se coligar com quem já está coligado lá em cima. Não pode se
coligar com partido coligado
para a eleição presidencial", declarou Marco Aurélio.
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