São Paulo, sábado, 07 de junho de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Efeito de diluição

A base aliada acredita ter marcado um ponto sobre a oposição ao agendar de uma tacada sete depoimentos no Senado sobre a suspeita de tráfico de influência na venda da Varig. A idéia é fazer com que as audiências de quarta, inclusive a da ex-diretora da Anac Denise Abreu sejam diluídas, impedindo aprofundamento.
Outra tática será a de tentar desqualificar a acusadora de Dilma Rousseff, à diferença do que ocorreu quando Abreu falou à CPI do Apagão Aéreo. Será apresentada como alguém que "gosta de poder" e que teria ficado "desequilibrada" ao sair do governo. "Ela gosta de roupas finas, charutos. Quando se viu sem nada, perdeu o chão", diz um senador da base.



Avesso. O juiz Luiz Roberto Ayoub, da 1ª Vara Empresarial do Rio, que cuida do processo de recuperação judicial da Varig , pode nem atender ao convite do Senado. Na CPI do Apagão Aéreo, ele chegou a ser convocado, mas mandou um recado: se os parlamentares insistissem em ouvi-lo, processaria todos.

Nada feito 1. O PMDB avisou a José Múcio (Relações Institucionais) que não aceitará perder a vice-presidência de governo do Banco do Brasil para o PR. O líder Henrique Alves (RN) levou ao gabinete do ministro o escolhido do partido para substituir Maguito Vilela, que disputará a prefeitura de Aparecida de Goiânia: o atual diretor de Ativos do BB, Ricardo Flores.

Nada feito 2. "O ex-governador Lúcio Alcântara é quadro preparado. Me admira que o PR ainda não tenha oferecido colocação a ele no Ministério dos Transportes. Só não queiram mexer no espaço do PMDB", dispara Alves.

Wireless. Os deputados do PSB recebem da cúpula da sigla seguidos torpedos sobre a nova CPMF. Um deles, enviado durante sessão para tratar do assunto, dizia: "O governador Eduardo Campos pede a todos que fiquem em plenário e votem a favor da CSS".

Nem vem. Se aprovada na Câmara, a CSS encontrará no Senado a mesma resistência que derrubou a CPMF, diz Marco Maciel (DEM-PE), presidente da CCJ: "Ela é incoerente e inconstitucional".

Conflito. Índios da tribo Topkró, da região de Altamira (PA), resolveram sair em defesa do engenheiro da Eletrobrás Paulo Fernando Rezende, que há duas semanas foi agredido por caiapós de Redenção durante audiência pública sobre a construção da usina de Belo Monte.

Maternal. A mãe do PAC participa na terça-feira de seminário no PT paulistano. Dilma Rousseff falará sobre transportes ao lado de Marta Suplicy, que pretende transformar o assunto em carro-chefe de sua campanha.

Mais uma. PSDB e DEM fecharam a terceira aliança em capitais: o tucano Dr. Juca, vereador mais votado em Florianópolis, será o vice na chapa do deputado "demo" César Júnior à prefeitura.

Menos uma? Já em Curitiba, onde o apoio do DEM a Beto Richa era dado como certo, começa a entrar areia: o partido agora quer a vaga de vice para apoiar a reeleição do prefeito. E Richa não vai dar.

Disque-parente. O Ministério Público de Alagoas divulgou dois números telefônicos (82-2122-3509 e 82-2122-3511) para receber denúncias anônimas de nepotismo na administração de Maceió. O objetivo é identificar familiares de Cícero Almeida (PP) e de secretários contratados sem concurso. O serviço já localizou uma irmã do prefeito.

Visita à Folha. Artur Noemio Grynbaum, presidente de O Boticário, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Sandro Rego, gerente de comunicação corporativa da empresa, e de Fátima Santos, diretora de atendimento da Brodeur.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

A CSS é uma CPMF transgênica, um corpo insepulto que o governo quer manter como morto-vivo inconstitucional.

Do senador JARBAS VASCONCELOS (PMDB-PE), sobre a tentativa do governo em aprovar uma nova versão do imposto do cheque.

Contraponto

Tudo menos isso

Durante recente viagem de Jaques Wagner (PT) ao exterior, o presidente da Assembléia, Marcelo Nilo (PSDB), assumiu o Executivo. Na curta interinidade, fez questão de desfilar por Salvador no carro oficial do governador, não sem antes enfeitá-lo com uma bandeirinha da Bahia.
O gesto foi criticado por radialistas locais, que o consideraram ostentatório. Na volta, Wagner resolveu brincar com o deputado a propósito da polêmica:
-Soube que teve confusão por causa da bandeirinha...
Nilo foi logo cortando o petista:
-Olha, governador, o senhor me peça qualquer coisa, menos para tirar a bandeirinha do carro!


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