São Paulo, domingo, 07 de junho de 2009

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Dilma diz que 3º mandato é só para o "projeto"

Para a ministra, não é possível seguir com o mesmo governante por mais uma gestão, mas sim com o mesmo governo

Dilma disse, no entanto, que o governo não pode impedir que outras pessoas sugiram uma proposta que permita uma segunda reeleição

Marlene Bergamo/Folha Imagem
ENTRE MULHERES
A ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (em pé) recebe em sua casa a ministra Dilma Rousseff para um almoço com mulheres interessadas em conhecer a candidata de Lula à Presidência


ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) afirmou ontem em São Paulo que o que está em discussão não é a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disputar um terceiro mandato, mas sim de o atual projeto de governo continuar por mais quatro anos.
"O que estão dizendo é o seguinte: "Olha, não tem terceiro mandato para a mesma pessoa, tem terceiro mandato para o mesmo projeto". É diferente", disse, ao chegar a um almoço com mulheres organizado pela ex-prefeita Marta Suplicy.
Dilma afirmou, ao ser recebida por volta das 13h por Marta na porta da casa da ex-prefeita, no Jardim Europa, que "a democracia brasileira é algo ainda frágil. Insipiente não, porque, afinal de contas, já temos 20 anos [de regime democrático]".
Segundo ela, a modificação do cenário institucional neste momento não é recomendável. "Isso não é o projeto do governo. O governo pode continuar sem ser terceiro mandato."
A ministra disse, porém, que o governo não tem como impedir que pessoas tomem a iniciativa como a de propor uma mudança na Constituição que permita um terceiro mandato.
Dilma afirmou ainda, quando questionada sobre a possibilidade de concorrer a um cargo eletivo -o que nunca fez-, que "passar pelo crivo do eleitor é algo muito importante".
A ministra disse que não se nega a isso, mas escapou de se comprometer com uma candidatura à Presidência. "Acho que é algo [candidatar-se] a que qualquer pessoa que atua na política e que tem compromisso com a cidadania aqui no Brasil tem de se submeter."
A ministra comentou a importância que São Paulo tem em seus projetos. O Estado -reduto eleitoral do tucano José Serra- foi descrito por ela como local onde surgem "atividades bastante modernas que são e que trazem consigo as perspectivas do futuro".
Nesse momento, Dilma cometeu uma gafe. Chamou Marta, que é psicanalista, de Marcia. Ela se corrigiu em seguida.
Participaram do almoço, cujo menu foi cuscuz de camarão, picadinho de carne e saladas, as apresentadoras Ana Maria Braga, Adriane Galisteu e Luciana Gimenez, a atriz Maria Paula, as editoras Luciana Villas Boas e Maria Laura Neves, a escritora Walnice Galvão, a filósofa Marilena Chauí, as dramaturgas Marta Góes e Leilah Assumpção, a cineasta Monique Gardenberg, a psicanalista Eleonora Rosset, a empresária Viviane Senna, a ex-jogadora de basquete Hortência, as jornalistas Patricia Zaidan e Mônica Waldvogel e a advogada Helena Maria Diniz.
Segundo a Folha apurou, a doença da ministra, que faz tratamento contra um câncer linfático, só foi abordada em conversas paralelas. O grupo discutiu pré-sal, Lei de Imprensa e Bolsa Família. O assunto eleição foi colocado em pauta pela anfitriã, mas a ministra não se prolongou no tema.
Ao comentar sobre o grupo feminino eclético que participou do almoço, Dilma disse que "são todas mulheres especiais, que simbolizam mulheres profissionais, mulheres que, nas diferentes áreas de atividade, são mulheres bem-sucedidas".


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