São Paulo, quarta-feira, 07 de julho de 2004

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PAINEL

Olho por olho
Na tentativa de acalmar a oposição, discriminada nas verbas do Orçamento, Aldo Rebelo tentou se explicar a líderes de PSDB e PFL. Disse que o Planalto manteve a proporção adotada por FHC, quando o atual governo era oposição, e tucanos e pefelistas estavam na situação.

Conta tortuosa
Pelos dados de Aldo, PSDB e PFL teriam recebido em 2004 29% a mais do que os tucanos deram a opositores em 1996. Naquele ano, os governistas liberaram 46,1% de suas emendas, contra 16,4% da oposição. Neste ano, a taxa foi de 59% e 21,3%.

Abençoados
O Planalto nominou os tucanos beneficiados. Teotônio Vilela Filho teve liberada emenda de R$ 1,7 milhão. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), crítico contumaz de Lula, teve R$ 1,2 mi para o Calha Norte. Antero Paes de Barros (MT) foi beneficiário de R$ 700 mil.

Família unida
Entre os aliados do governo que se queixam, mas também tiveram emendas contempladas estão os Magalhães: ACM teve liberados R$ 500 mil; ACM Neto, R$ 600 mil; e o deputado Paulo Magalhães, R$ 500 mil.

Auto-imagem populista
Em solenidade com artistas e diretores da Globo no Planalto ontem, na entrega das conclusões de seminário sobre produção cultural, Lula lembrou que, em 1979, período das greves do ABC, foi apelidado de Pai Herói, título de novela de Janete Clair que fazia sucesso à época.

Celebridade
O PL criou em seu sítio na internet a "Galeria de Celebridades". Em vez de Laura e Maria Clara, personagens da recém-terminada novela das oito, os destaques são o vice José Alencar e o presidente do partido, Valdemar Costa Neto. As apostas estão em quem é o vilão.

Novas amizades
Nas 23 capitais em que lança candidatos próprios, o PT tem o PCdoB como vice em sete; o PSB em três; e o PMDB, o PTB e o PL em duas cada um. Em quatro capitais, a chapa é só de petistas. O PP, o PSDC e o PSL indicaram o vice em uma capital cada um.

Sombra de Pitta
Além de Gilberto Kassab, vice de Serra (PSDB), o ex-prefeito Celso Pitta, que atingiu 83% de reprovação no último ano de governo em 2000, deixa outra marca nesta eleição: o PTN, ao qual pertencia quando foi ameaçado de impeachment, está na coligação de Marta (PT).

Ainda pulsa
O governador de SP, Geraldo Alckmin, não fará reforma em seu secretariado antes das eleições. O PTB, que apóia Marta na capital, ganhou sobrevida na Secretaria estadual do Trabalho.

Manobra de marketing
Os petistas de Porto Alegre atribuem a um CD a segunda colocação de José Fogaça (PPS) em pesquisa Ibope concluída em 1º de julho para a TV Gaúcha. "Alma Gaúcha", com canções de Fogaça, foi divulgado por outdoors nos quais sobressaíam seu nome e sua foto.

Contrapeso
A adesão do governador Eduardo Braga (PPS-AM) à candidatura de Amazonino Mendes (PFL) em Manaus levou o ministro Alfredo Nascimento (Transportes), do PL, a apoiar Vanessa Grazziotin (PCdoB).

Costura caipira
Na combinação que resultou no apoio do PFL a José Serra na capital paulista, o PSDB abriu mão da cabeça-de-chapa em São José do Rio Preto, onde os tucanos indicaram o vice de Manoel Antunes (PFL).

Visita à Folha
Jorge Bornhausen, senador e presidente nacional do PFL, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

Do vereador Ricardo Montoro (PSDB), sobre a prefeita Marta Suplicy (PT) ter dito que, em sua gestão, a dívida de São Paulo não cresceu:
-Ou ela não lê seus balanços ou quer enganar o eleitor. Eles mostram que a prefeitura já incorporou R$ 439 milhões em empréstimos à dívida da cidade.

CONTRAPONTO

Artigo de luxo

Governador de São Paulo entre 1971 e 1975, Laudo Natel, 83, tinha como política de boa vizinhança tomar um café entre os moradores sempre que chegava a uma cidade do interior.
Certa vez, correligionários pediram a ele que visitasse um pequeno município da região conhecida como Alta Mogiana, entre Ribeirão Preto e Araguari (MG), para conversar com o prefeito, que fazia uma administração considerada desastrosa.
Assim que chegou à cidade, Natel foi direto para a praça central procurar um bar onde pudesse tomar o tal café e ouvir os moradores. Não encontrou. Então pediu informação a um homem que passava a cavalo:
-Meu amigo, onde posso tomar um bom café?
Reconhecendo o governador, o morador foi objetivo:
-Excelência, há duas coisas que não temos por aqui: bom café e bom prefeito.


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