São Paulo, sexta-feira, 07 de julho de 2006

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PAINEL

Vera Magalhães (interina) @ - painel@uol.com.br

Quem manda

A defesa da reeleição foi o "grito de independência" de Geraldo Alckmin em relação a José Serra e Aécio Neves. Esta é a avaliação da cúpula do PFL, que selou um pacto para "blindar" o presidenciável e evitar que ele seja forçado a recuar das declarações. "Ele é o candidato a presidente. Tem de mostrar quem manda", diz o candidato a vice, José Jorge (PFL-PE).
Para os pefelistas, Alckmin ganhou pontos com os prefeitos, importantes cabos eleitorais, que viam com desconfiança a possibilidade de não poder disputar novo mandato. Satisfeita, a bancada do PFL vai cruzar os braços para as duas emendas que acabam com a reeleição, a despeito do esforço anunciado por Antonio Carlos Magalhães -de novo isolado no partido.

Gerente. Na reunião ministerial da próxima terça, Lula cobrará balanços dos ministérios. Agora que, por limitações da lei eleitoral, terá de passar mais tempo em Brasília, o presidente adotará o discurso de que vai "tomar as rédeas" da gestão do governo.

Repeteco. Na reunião, Tarso Genro (Relações Institucionais) e Márcio Thomaz Bastos (Justiça) deverão repassar para os colegas o que é vedado no período eleitoral. Novo documento com dicas deve circular no encontro.

Cofrinho. O PT vai cobrar R$ 200 por cabeça no jantar "frango com polenta" em que lançará oficialmente a campanha reeleitoral de Lula, no dia 13, em São Bernardo do Campo. São 3.000 convites.

Clipping. O deputado cassado José Dirceu, que ensaia para ter um blog nas eleições, comentou com um amigo que está furioso com os artigos de Tarso Genro no site do PT, em que sempre aparece menção aos "erros do passado".

Vale tudo. O governador Roberto Requião (PMDB-PR) ligou da Argentina para Alckmin. Prometeu apoio ao tucano e disse: "Votei no Lula duas vezes. Não voto mais". Alckmin não se convenceu.

Nanico. O desespero de Requião se deve ao fato de que, sem aliança com o PSDB local, seu tempo de TV será o quarto no Estado, atrás de Osmar Dias (PDT), Flávio Arns (PT) e Rubens Bueno (PPS).

Em família. O deputado estadual José Nobre Guimarães, o chefe do "homem-cueca" José Adalberto Vieira da Silva e irmão de José Genoino, é o principal puxador de votos para a Câmara dos Deputados pelo PT do Ceará.

Borracha. Ex-presidente da CPI dos Correios, que confirmou o mensalão, Delcídio Amaral tem em sua coligação ao governo de Mato Grosso do Sul as legendas-símbolo do escândalo: PT, PP, PL e PTB.

Vida dura. Com a eleição dificultada depois do processo de cassação, Professor Luizinho terá novo obstáculo a transpor. O PT lançou outro candidato a deputado federal em Santo André, sua base: o vereador Antonio Leite.

Apelo final. O presidente da CPI dos Sanguessugas, Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), vai insistir na quarta-feira com a presidente do STF, Ellen Gracie, sobre a liberação dos documentos sigilosos contra deputados.

Livro aberto. Em outro front, a CPI promete, caso não haja sucesso nas negociações, colocar todos os nomes de deputados investigados, com detalhes sobre seu envolvimento no caso, no relatório parcial, ainda este mês.

Free-lancer. Mesmo demitido, o ex-ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) continua atuando. Representará o governo em seminário sobre o agronegócio na Alemanha, na semana que vem.

A lenha. Há 15 dias os discursos dos senadores não são atualizados na página da Casa. Na semana passada, Renan Calheiros (PMDB-AL) anunciou a era do "tempo real".

Tiroteio

Pelo jeito, Zé Carioca não foi a única inspiração brasileira para Walt Disney. Tio Patinhas morava em Diadema e a gente não sabia.

Do senador HERÁCLITO FORTES (PFL-PI), sobre o tesoureiro da campanha de Lula, José de Filippi Jr., ter dito que um "tio rico" de sua mulher lhe emprestou R$ 150 mil para pagar uma multa judicial de R$ 183 mil.

Contraponto

Voz das eleitoras

No primeiro dia oficial de campanha, ontem, o candidato do PMDB ao governo de São Paulo, Orestes Quércia, e a candidata ao Senado em sua chapa, Alda Marco Antônio, participaram de evento numa entidade cristã da zona leste que presta serviços à comunidade.
Após as apresentações iniciais, Alda tomou a palavra. Ao ver um grande número de mulheres no local, decidiu dirigir o discurso a elas. Fez uma introdução e perguntou:
-Do que as mulheres precisam? O que elas querem?
A parte feminina da platéia, sem pestanejar, gritou em uníssono:
-Homem!


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