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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Como Jânio, Alckmin quer "varrer" corrupção
Candidato tucano endossa discurso do governador Cláudio Lembo, segundo quem tucano irá "passar a vassoura" em Brasília
Ex-secretário de Jânio na Prefeitura de São Paulo, governador paulista faz uso de lema histórico durante evento no clube Pinheiros
CATIA SEABRA
DA ENVIADA ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato do PSDB a presidente, Geraldo Alckmin, abriu
oficialmente sua campanha ontem em São Paulo ao lado do
ex-prefeito José Serra, que disputa a eleição para o governo
do Estado, evocando um antigo
símbolo do presidente Jânio
Quadros: a vassoura.
Em evento no clube Pinheiros, o governador Cláudio Lembo (PFL), que foi secretário de
Jânio Quadros na Prefeitura de
São Paulo, foi o primeiro a citar
a vassoura em discursar. Segundo ele, Alckmin, se eleito,
irá "passar a vassoura em Brasília, lavar Brasília", referindo-se
às acusações de corrupção contra o presidente Lula (PT).
Ao concluir seu discurso,
Alckmin aproveitou a deixa:
"[Queremos ganhar a eleição]
para o Brasil andar mais depressa, para os serviços públicos melhorarem e, acima de tudo, como disse aqui o doutor
Lembo, para varrer a corrupção. Vamos lá companheiros".
Jânio Quadros (1917-1992)
começou a utilizar o símbolo da
vassoura em sua campanha para prefeito de São Paulo, em
1953, quando prometeu fazer
"uma limpeza nos órgãos públicos". Eleito, repetiu o slogan
nas campanhas a governador
do Estado, em 1954, e a presidente da República em 1960.
Antes, o candidato tucano já
tinha criticado o presidente na
condução da crise do gás na Bolívia e citou reportagem publicada ontem pela Folha, segundo a qual o ex-ministro e ex-deputado José Dirceu, cassado
pela Câmara em novembro
passado, agiu, em abril último,
como emissário de Lula na negociação com o país vizinho.
"O jornal de hoje traz que o
ex-primeiro-ministro estava lá
[na Bolívia] com [o presidente]
Evo Morales antes da expropriação. O governo brasileiro
tinha conhecimento do que ia
ser feito e teve posição dúbia,
submissa, não defendendo o
interesse nacional", disse.
Ao chegar ao evento, Alckmin também ironizou o fato de
o tesoureiro da campanha de
Lula, José de Filipi Jr., ter afirmado que um tio seu emprestou o dinheiro dado por ele em
uma garantia judicial. "Quem
não gostaria de ter um tio bacana desse jeito?" Questionado
sobre se iria atacar Lula na
campanha, Alckmin se utilizou
de slogan informal do petista
na campanha de 2002, dizendo
que seria "paz, amor e trabalho". Em 2002, o petista se intitulava "Lulinha paz e amor".
O evento à noite em São Paulo foi pobre em propaganda
partidária. "É um campanha
que começa sob o signo da austeridade", disse Serra, na tentativa de justificar a ausência de
bandeiras, adesivos e cartazes.
Florianópolis
Em seu primeiro evento oficial na campanha eleitoral, em
Florianópolis, Alckmin estreou
ontem sem jingle, santinho,
adesivos, bandeiras ou marqueteiro contratado. Não existe sequer foto do candidato
-são usadas as de 2002. Apenas um slogan feito pelo próprio partido e assessores.
O tucano participou à tarde
de evento organizado por Luiz
Henrique da Silveira (PMDB),
candidato à reeleição ao governo de Santa Catarina, e pelo
PSDB e PFL. A ordem do candidato é para que só sejam realizados gastos após as primeiras
doações financeiras serem
computadas.
Outro problema é a contração de Luiz Gonzalez para comandar a comunicação da
campanha. Segundo a Folha
apurou, até ontem o contrato
com ele não havia sido fechado.
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