São Paulo, segunda-feira, 07 de julho de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Mão na massa

Exultantes com o resultado do Datafolha, que mostra o descolamento de Marta Suplicy de Geraldo Alckmin, coordenadores da campanha da petista em São Paulo dizem que a prioridade é reduzir a vantagem do tucano sobre ela na projeção de segundo turno.
A estratégia para isso é a já declarada aposta na classe média, e algumas medidas concretas começam a se delinear. Marta lançará um pacote de propostas voltadas ao empreendedorismo, como incentivos da prefeitura para formação de cooperativas e aproximação com instituições de crédito. Prometerá lançar um programa de desburocratização para quem quiser abrir uma pequena empresa no município e apoio logístico da administração no início do negócio.



Álibi pronto. Diante da imobilidade de seu candidato no Datafolha, tucanos kassabistas resgatam frase de Geraldo Alckmin na campanha de 2006: "Eleição começa quando muda o horário da novela. O voto só é decidido após 7 de Setembro. As pesquisas até lá não têm valor político".

Liberou geral. O presidente da juventude municipal tucana, José Rubens, será exonerado hoje de cargo na prefeitura para coordenar a campanha reeleitoral de Gilberto Kassab (DEM) junto a essa ala do eleitorado. E não vai se licenciar do PSDB.

Quanto vale. ACM Neto (DEM) estimou a campanha mais cara de Salvador: R$ 8 milhões. Depois vêm o prefeito João Henrique (PMDB), com R$ 5 mi, e Walter Pinheiro (PT), com R$ 4,6 mi. Antonio Imbassahy (PSDB), com Duda Mendonça e tudo, prevê gastar singelos R$ 3,9 mi.

Discórdia. Aliados do governador Cid Gomes (PSB-CE) avaliam que a indicação do vice na chapa de Luizianne Lins (PT) à reeleição abalou a aliança entre os dois partidos. Para o PSB, ao escolher um vice petista, Luizianne prepara terreno para disputar o governo com Cid em 2010.

Sem refresco. Com quatro candidatos da base no Rio, os prefeituráveis da oposição passam fome no governo Lula. Solange Amaral (DEM), Chico Alencar (PSOL) e Fernando Gabeira (PV) não tiveram nenhuma emenda liberada até a véspera do prazo final permitido pela Lei Eleitoral.

Arrastão. Na reta final, a candidata do PV em Natal, Micarla de Sousa, ligada ao DEM de José Agripino, atraiu PR, PP, PTB e PMN, partidos da base de Lula que apoiariam a petista Fátima Bezerra.

Pratos limpos. O governador Sérgio Cabral (RJ) e o ministro José Gomes Temporão (Saúde) se acertaram em jantar depois da posse de Roberto Dinamite no Vasco, semana passada. Cabral, que vinha engrossando o coro dos queixosos contra o afilhado, não porá mais óleo na fritura.

Plano B. Diante do apagão da internet registrado na semana passada, o governador de São Paulo, José Serra, encomendou ao secretário de Gestão, Sidney Beraldo, modelos alternativos para evitar que a administração seja afetada em caso de novas panes.

Fato consumado. Depois que o STF negou de uma tacada todos os embargos de declaração interpostos pelos réus do mensalão, os advogados têm certeza: não será fácil para nenhum dos acusados de pertencer à "quadrilha" escapar ileso quando o caso voltar ao plenário da Corte.

Pós-eleitoral. O melhor para a defesa é que o desfecho seja mesmo em 2011, como previu Joaquim Barbosa. "Ninguém vai querer ser julgado em 2010, junto com uma eleição presidencial imprevisível", diz um advogado.

Hã? Relatório de análise de mídia do Senado aponta como um dos temas mais relevantes de junho "eventuais ingerências de funcionários do Executivo no processo de privatização da Varig".

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

Enquanto Marta construía a união com os partidos do bloco de esquerda, a briga entre alckmistas e kassabistas expôs um lado muito negativo dos nossos adversários.

Do deputado PAULO TEIXEIRA (PT-SP), sobre a pesquisa Datafolha que mostra a candidata petista com 38%, contra 31% de Geraldo Alckmin e 13% de Gilberto Kassab.

Contraponto

Fumaça dos infernos

Ao defender os plantadores de fumo do Rio Grande do Sul, em recente sessão da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Sérgio Zambiasi (PTB-RS) cuidou de frisar que sua boa vontade não se estendia aos fumantes:
-Quero deixar claro que nunca fumei! Nunca fumarei! E, no meu gabinete, um único servidor fuma. Mesmo assim, ele só tem permissão para isso duas vezes ao dia.
Os membros da comissão observavam espantados a fúria antitabagista do colega, até que este notou a presença da fumante Patrícia Saboya (PDT-CE) e emendou:
-Aliás, outro dia vi a senadora Patrícia fumando, já conversamos, e ela está em processo de libertação...


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