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São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2003

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PAINEL

Para dar o exemplo
Líderes de partidos aliados pressionam o PT a expulsar os oito deputados de esquerda que se abstiveram na votação da reforma. Alegam que, se não for enérgico, o petismo não terá como exigir fidelidade das siglas que apóiam Lula no Congresso.

Dúvida cruel
A cúpula do PT está dividida sobre o que fazer com quem se absteve. Um grupo crê que eles "praticamente votaram contra o governo" e defende a expulsão. Outro, quer contemporizar, punindo-os com uma suspensão.

Coleguismo
Deputados da esquerda do PT não se conformam com a possibilidade de o partido suspender quem se absteve. Afirmam que contrariaram suas bases e só votaram a favor por causa da ameaça de expulsão. Agora, não aceitam outro tratamento.

De fininho
Radical do "grupo dos 30", César Medeiros (PT) não apareceu para votar. Alegou que resolvia problemas na base e não sabia que a votação seria antecipada.

Mais ou menos
Dos 10 deputados do PSDB paulista, quatro votaram contra a reforma na madrugada de ontem. De duas, uma: ou Alckmin não se empenhou realmente pelo texto ou não tem tanta influência sobre a sua bancada.

Base rebelde
O governador Germano Rigotto (RS), que ontem elogiou a aprovação da reforma, também não obteve muito sucesso no seu PMDB gaúcho. Dos seis deputados do partido, quatro votaram contra a proposta de Lula.

Acarajé expresso
O governo Lula prometeu a ACM liberar verbas para o metrô de Salvador. A base carlista na Câmara votou em peso a reforma da Previdência.

Centralismo democrático
O Comitê Central do PC do B vai se reunir para tratar dos deputados que votaram contra a posição do partido na reforma. Há quem defenda a expulsão.

Em foco
João Caldas (PL) apresentará à CPI dos Combustíveis requerimento convocando Benedita da Silva (Assistência Social) para depor sobre atos tomados durante sua gestão no Rio.

Sob os holofotes
A CPI do Banestado pedirá ao Ministério da Justiça e à Procuradoria Geral que investiguem o procurador Luiz Francisco e o delegado José Castilho por suspeita de divulgação de documentos sigilosos à imprensa.

Mistério na CPI
Os documentos, segundo o comando da CPI, haviam sido trancados num cofre. Os parlamentares teriam combinado de deixar cópias apenas com Luiz Francisco e Castilho, para testá-los. Não deu outra.

São só US$ 30 bi
Cláudio Fonteles, procurador-geral da República, extinguiu o grupo que investigava nos EUA remessas feitas pelo Banestado.

Resgatar a imagem
A cúpula do PTB recusou ontem de novo convite de Lula para reunião no Planalto. Alegou que, no momento de definição da reforma, a conversa serviria apenas para reforçar na mídia o carimbo de partido fisiológico.

Acabou a paixão
José Carlos Martinez, presidente do PTB, tinha deixado a barba crescer desde a posse de Lula. Agora que a relação da sigla com o governo já não é mais das melhores, raspou de novo.

Ato falho
Destaque à reforma previdenciária apresentado por Valdemar Costa Neto (PL-SP) trazia a assinatura: "banca do PL", em vez da palavra "bancada".

Visita à Folha
Sérgio Amadeu da Silveira, diretor-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

De Yeda Crusius (PSDB), sobre a votação da reforma:
-O PT calculava que teria pelo menos 400 votos. O resultado final, contando com os 300 picaretas que o Lula sabe quem são, ficou aquém do esperado.

CONTRAPONTO

Não perdem a piada

Os líderes dos partidos que apóiam Lula reuniram-se na noite de anteontem para definir a estratégia da votação da reforma da Previdência. Era uma discussão tensa, devido à pressão de vários aliados que se opunham a pontos do projeto.
Em certo momento, chegou à sala da liderança do governo o presidente do PMDB, Michel Temer.
O assunto mudou. A política foi substituída pelo casamento de Temer com uma jovem de 20 anos, que foi candidata a miss da cidade paulista de Paulínia.
Roberto Jefferson (PTB-RJ) foi o primeiro a provocá-lo:
-Chegou o noivo! Chegou o noivo!
Luiz Eduardo Greenhalgh (PT), presidente da Comissão de Constituição e Justiça, foi além:
-Esse é o nosso verdadeiro líder. Palmas para ele!
Constrangido, Michel Temer deixou a reunião.


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