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Meirelles é o que
o país precisa,
afirma Palocci
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE
O ministro Antonio Palocci
(Fazenda) fez ontem sua até
agora mais enfática defesa dos
presidentes do Banco Central,
Henrique Meirelles, e do Banco
do Brasil, Cássio Casseb.
Palocci descartou a saída dos
dois de seus cargos e afirmou
que "o governo brasileiro, o
presidente Lula e os ministros,
em particular este ministro da
Fazenda, darão todo o apoio
pessoal e profissional aos presidentes do BC e do BB".
O ministro deu as declarações em Belo Horizonte, onde
participou, com o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e outros ministros, de evento no
qual estavam presentes representantes da indústria de todo
o país. Palocci falou sobre as
denúncias envolvendo Meirelles e Casseb depois de anunciar um conjunto de medidas
de política econômica que
atenderam, em grande parte, a
pedidos do setor industrial.
Ele afirmou que o governo,
"de forma nenhuma, pensaria
em tomar atitude diferente da
que está sendo tomada. A [atitude] de apoio integral aos presidentes [dos dois bancos], de
permitir que os esclarecimentos sejam feitos e que nós possamos cuidar das coisas que o
BC deve cuidar, que os bancos
públicos devem cuidar e que o
governo deve cuidar".
O ministro disse avaliar que o
presidente do BC está hoje
"mais forte" do que antes das
denúncias. Para Palocci, Meirelles mostrou moderação ao responder às denúncias, comentando, inclusive, temas sobre
os quais não é obrigado a falar.
"Ele colocou e debateu assuntos sobre os quais não tem
obrigação de debater, porque
dizem respeito ao seu sigilo
pessoal. Mais e mais o presidente Meirelles demonstra
que, pela sua serenidade, sua
seriedade e sua postura de homem público é o presidente
que o Brasil precisa para um
Banco Central forte e adequado
para o desenvolvimento da
nossa política monetária."
Palocci declarou ainda que
"lamentava" o fato de as denúncias estarem sendo feitas
de maneira que ele disse considerar inadequada.
Ganhos registrados
Palocci disse acreditar que
tanto Meirelles quanto Casseb
fizeram afirmações "cabais" de
que os seus recursos são provenientes de ganhos "formais e
registrados". O ministro da Fazenda também afirmou que
tem "certeza e segurança de
que pessoas do nível deles trataram e têm tratado adequadamente os registros e procedimentos de seus ganhos".
Sem mencionar a última denúncia da revista "IstoÉ", Palocci afirmou que Meirelles havia conversado ontem com ele
por telefone. "Disse que um
jornalista o procurou porque
ele tem um pequeno terreninho no interior de um Estado
que está declarado com valor
de R$ 1 e falou que é um terreno
que ele nem sabe."
Para o ministro, a denúncia
não fazia sentido, já que, segundo ele, se o presidente do
BC registrasse um terreno com
valor baixo, acabaria pagando
mais impostos quando o vendesse.
(MARCELO BILLI)
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