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BRASIL PROFUNDO
PF indicia Mânica por assassinatos em Unaí (MG)
DO ENVIADO ESPECIAL A UNAÍ (MG)
Após cerca de quatro horas de
interrogatório, a Polícia Federal
indiciou Norberto Mânica, um
dos principais produtores de feijão do país, pelo assassinato de
quatro servidores do Ministério
do Trabalho, ocorrido em janeiro
deste ano em Unaí (MG).
O delegado responsável pelo caso, Antonio Celso dos Santos, da
Divisão de Combate a Crimes
contra o Patrimônio, disse que a
PF não tem provas suficientes para pedir a prisão do fazendeiro.
Ao deixar a delegacia onde depôs, Mânica não deu entrevistas e
xingou jornalistas ao entrar em
seu carro, devido à insistência das
perguntas. Seu advogado, José
Lindomar Coelho, disse que "ele é
inocente e isso vai ficar provado."
Além de outros indícios que
não serão divulgados pela PF neste momento, pesam contra Mânica discussões que ele teve com
Nelson José da Silva -um dos
servidores assassinados-, cerca
de R$ 2 milhões em multas aplicadas pelo auditor contra o fazendeiro e algumas ligações telefônicas recebidas pelo produtor rural
no dia da chacina.
A PF rastreou todos os telefonemas originados e recebidos em
Unaí próximo à data do crime e
verificou que Hugo Alves Pimenta, apontado como contratante
dos pistoleiros que mataram os
fiscais, falou diversas vezes com
Mânica no dia do crime. Pimenta
possui uma empresa de transporte de grãos e presta serviços à Mânica, com quem teria uma dívida
de R$ 180 mil, negada por ambos.
Os fiscais Nelson José da Silva,
João Batista Soares Lage e Erastótenes de Almeida Gonçalves, e seu
motorista, Ailton Pereira de Oliveira, foram mortos no dia 28 de
janeiro quando pararam em uma
estrada para dar informações.
O crime foi anunciado como solucionado no dia 27 do mês passado. Sete pessoas foram presas sob
acusação de formação de quadrilha e homicídio.
(IURI DANTAS)
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