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Candidato pode ficar até 10 dias sem inserções
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidenciável Ciro Gomes
(PPS) está sob ameaça de ficar vários dias sem as inserções que são
exibidas ao longo da programação da TV e de ter parte de um
programa em bloco cortado, por
decisão do ministro TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Caputo
Bastos. Os advogados do candidato recorreram e esperam que o
plenário reveja a condenação.
Uma estimativa extra-oficial indica que o candidato poderá ficar
dez dias sem inserções. Essa é
uma das mais duras decisões do
TSE contra Ciro, que já perdeu
dois direitos de resposta movidos
pelo adversário José Serra (PSDB)
e corre o risco de perder outros
quatro se o plenário não modificar sentenças de ministros-auxiliares. Cada direito de resposta
tem, no mínimo, um minuto.
Esse "saldo" negativo levou a
sua coligação a atacar os ministros do tribunal ontem e hoje, levantando suspeitas sobre a imparcialidade deles.
Desde o dia 20 de agosto, quando começou a propaganda eleitoral gratuita na televisão e no rádio,
o TSE recebeu 41 representações,
das quais 25 são pedidos de direito de resposta, ou seja, tentativas
de ocupar o horário do adversário
para se defender de situações supostamente ofensivas.
Entre os direitos de resposta,
Serra é autor de nove representações contra Ciro, das quais obteve
decisão favorável em seis e aguarda sentença em três, enquanto Ciro foi derrotado em seis processos
e aguarda um. Uma sétima vitória
do tucano foi a condenação de Ciro à perda de parte de seu tempo.
As sentenças são dadas pelos
ministros-auxiliares: Bastos, Peçanha Martins e José Gerardo
Grossi. A maioria delas ainda pode ser alterada por meio de julgamento de recurso no plenário,
que se reúne às terças e quintas.
Na condenação à perda de parte
do tempo de propaganda, o cálculo está sendo feito pela Rede Minas de Televisão e depende do número de inserções veiculadas nos
últimos dias com imagens de
FHC em 1994 e 1998 e de Serra
(PSDB) neste ano prometendo
gerar empregos.
A razão da condenação é que a
campanha teria omitido sucessivamente a referência aos partidos
que integravam a coligação de
FHC em 94 e 98 nas cenas em que
ele prometia ampliar a oferta de
empregos. Um dos coligados era
o PTB, hoje parceiro de Ciro.
Como o PPS identificou as imagens como de "propaganda eleitoral do PSDB", mas FHC tinha o
apoio de outras siglas, Bastos entendeu que houve "montagem".
A Lei Eleitoral proíbe trucagens
e montagens e autoriza a condenação à perda em dobro do tempo usado com esses artifícios.
Ciro tem 93 inserções nos 45
dias de propaganda eleitoral, o
que lhe dá uma média diária de
duas inserções de 30 segundos ou
quatro de 15, bem menos que as
cinco de 30 segundos (ou dez de
15) a que o tucano tem direito. O
comercial com FHC e Serra prometendo empregos foi exibido
inúmeras vezes nesta semana.
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