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PRESIDENTE
Propostas dos quatro principais candidatos acenam com aumento de verbas para os militares, mas discordam sobre o serviço obrigatório
Força das urnas
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA SUCURSAL DO RIO
Em meio à insatisfação com os
cortes orçamentários do atual governo, as Forças Armadas saem
hoje às ruas para comemorar a Independência com um olho nas
eleições que ocorrem em 29 dias.
É das urnas que vem a maior esperança de reaver as verbas que
perderam, já que os quatro principais candidatos à Presidência
são uníssonos ao acenar com melhores dias para o caixa militar.
A Folha enviou questionários
para inquirir os quatro presidenciáveis sobre seus planos para as
Forças Armadas.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e
Anthony Garotinho (PSB) criticam o orçamento atual para o setor. O programa de Ciro Gomes
(PPS) fala em rever a atual situação. José Serra (PSDB) diz que,
"com toda certeza", novos investimentos na área serão possíveis a
partir do crescimento da economia e da arrecadação do governo.
Afora a promessa de mais dinheiro para as Forças Armadas,
todos os quatro falam em ter como prioridade a defesa do território nacional, mas nenhum entra
em detalhes sobre para onde
iriam as eventuais novas verbas.
Os quatro candidatos também
coincidiram sobre o futuro do
Ministério da Defesa, criação de
Fernando Henrique Cardoso. Todos se dizem favoráveis à sua manutenção; Lula e Garotinho sinalizam com uma maior integração
entre civis e militares.
Todos, também, posicionam-se
favoravelmente ao Sivam, com diferentes graus de adesão à idéia.
As concordâncias, de qualquer
forma, acabam aí.
Por um lado, Serra e Garotinho
se dizem favoráveis ao serviço militar obrigatório. "É importante
para a democracia que toda a cidadania tenha um compromisso
com a defesa nacional", diz Serra.
Já Lula fala em substituir o serviço
militar, após a profissionalização
das Forças Armadas, por um
"serviço civil voluntário". Ciro é
contrário à obrigação.
Há dissenso, também, em relação ao uso das Forças Armadas
contra o crime organizado. O programa de Lula é assertivamente
contra a participação militar no
assunto, a não ser para dar apoio
logístico e sustentação às polícias
estaduais. Para Ciro, "o Exército é
para inimigos externos".
Já Serra defende uma reflexão
sobre o assunto, argumentando
que "o narcotráfico e a defesa do
meio ambiente fazem parte hoje
das preocupações estratégicas dos
militares americanos". Já Garotinho diz ser contra atribuir funções policiais às Forças Armadas,
mas ressalta que a "questão fronteiriça terá de ser enfrentada por
medidas de natureza tanto policial como militar".
Serra e Garotinho são favoráveis
ao submarino nuclear da Marinha. Os programas de Lula e Ciro
não têm posição sobre o assunto.
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