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São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2003

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PAINEL

Evitar prejuízos
O governo planeja entrar com um mandado de segurança preventivo no Supremo para continuar cobrando a CPMF em 2004 sem cumprir a noventena prevista por lei. A alegação é que a reforma tributária está apenas prorrogando a contribuição. Não estaria instituindo-a.

Cofrinho furado
A legislação exige que toda contribuição seja arrecadada apenas 90 dias após sua aprovação. O problema é que, na melhor das hipóteses, a CPMF será prorrogada no Senado em 20 de outubro. Portanto, valeria apenas após 20 de janeiro. O governo perderia cerca de R$ 89 mi por dia útil no início do ano.

Sem futuro
A Mesa da Câmara arquivará a grande maioria dos 40 destaques à reforma, pendentes de votação. Alegará que muitos foram rejeitados pela comissão especial e outros têm erros regimentais. Apenas meia dúzia deles, com pouca chance de aprovação, serão analisados.

Quero mais
A Confederação Nacional dos Municípios promete levar 1.300 prefeitos à Câmara dos Deputados na próxima terça-feira, dia da votação dos destaques da reforma tributária. O objetivo da entidade é pressionar os deputados a conceder algumas vantagens aos municípios.

Obra prioritária
Lula trocou há cerca de duas semanas a iluminação dos fundos do Palácio da Alvorada, às margens do lago Paranoá. Agora, além da ciclovia e da pista de cooper, o bosque e o próprio lago ficaram mais claros.

Gostinho pessoal
Lula disse recentemente a aliados que pretende deixar duas grandes obras em Pernambuco, seu Estado natal, como símbolo de sua passagem pelo governo federal: a refinaria da Petrobras e o metrô de Recife.

Caça às bruxas
Assessores de Marta Suplicy estão investigando a seção de cartas de jornais de SP para identificar o que chamam de "superleitores" -supostos adversários políticos do PT que usam os periódicos para espalhar notícias negativas e mentirosas sobre a prefeitura.

Big brother
Na sexta, e-mail da Secretaria de Governo de Marta identificava o médico D.N. como um "homem de sorte", por ter "emplacado mais de 50 cartas só em 2003" com "críticas pesadíssimas à prefeitura, ao PT e a Lula".

Racha na base
O PL de José Alencar não reeditará em São Bernardo do Campo, cidade onde mora Lula, a dobradinha com o PT da eleição presidencial. O partido decidiu apoiar a reeleição de William Dib (PSB), que disputará o cargo com Vicentinho (PT).

Pressão por tabela
O PT interpretou o anúncio do PL -de que apoiará o PSB em São Bernardo do Campo, na base de Lula- como um recado do líder do partido na Câmara, Valdemar Costa Neto (SP): que o partido precisa de mais "espaço" no governo federal.

Tá justificado
Um dos argumentos usados pela União no recurso da sentença judicial pela qual os militares ficam obrigados a abrir seus arquivos sobre o Araguaia: "As Forças Armadas desempenham papel amplo na vida nacional, participando, inclusive, de programas como o Fome Zero".

Infra-estrutura
Os planos para a construção do trem turístico do Pantanal, que terá recursos de R$ 60 mi até 2007 pelo PPA de Lula, serão retomados neste fim de semana, em viagem de representantes de quatro ministérios em um caminhão adaptado por 400 km de trilhos em Mato Grosso do Sul.

TIROTEIO

De Carlos Lessa, presidente do BNDES, sobre as críticas do tucano Luiz Carlos Mendonça de Barros, que comandou a instituição em parte da administração FHC:
-Todo tempo que eu tenho dedico para consertar as besteiras que ele fez no BNDES. Não dá para ficar respondendo a ataques pessoais.

CONTRAPONTO

Coração dividido

O gabinete da presidência da Câmara foi uma espécie de quartel-general nas negociações que levaram à aprovação da reforma tributária.
Lá, ficavam entrincheirados os líderes do governo e dos partidos aliados, em contato direto com Lula, José Dirceu (Casa Civil) e Palocci Filho (Fazenda).
Em uma saleta contígua, ficavam os governadores Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Simão Jatene (PSDB-PA) e Wilma Faria (PSB-RN). João Paulo (Câmara) circulava entre as salas.
Às 22h de quarta, em um momento tenso da negociação, João Paulo entrou na sala dos governadores e demorou a sair. De repente, ouviu-se um grito e um murro na mesa.
Professor Luizinho (PT) correu para lá. E descobriu João Paulo, são-paulino fanático, comemorando de braços erguidos o gol de seu time contra o Vasco, pela Copa Sul-Americana.



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