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ELEIÇÕES 2006/ PROGRAMAS
Documento lista ações para o meio ambiente
Entidades ligadas à ecologia se reúnem em Brasília e reclamam da dificuldade de discutir o assunto com os candidatos à Presidência
Intenção é fazer debate com todos os presidenciáveis, mas apenas José Maria Eymael e Geraldo Alckmin aceitaram convite até agora
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ambientalistas e entidades
da sociedade civil lançaram ontem um documento com propostas voltadas ao meio ambiente e ao desenvolvimento
sustentável, que será apresentado aos candidatos à Presidência. Para as entidades, as propostas dos partidos são superficiais e há dificuldade de acesso
aos presidenciáveis para debater os temas.
Reunidos no projeto "Brasil e
seus rumos", cerca de 40 representantes dessas organizações
discutiram durante três dias
em Brasília propostas para políticas públicas que levem em
conta o desenvolvimento e a
preservação do meio ambiente.
O documento, com 63 propostas divididas em nove temas
e textos de apoio, será encaminhado aos candidatos. Além
disso, as entidades, capitaneadas pelo site Bioclimático, tentam marcar um debate com cada um dos presidenciáveis para
discutir ações na área.
Todos os candidatos foram
convidados, mas apenas José
Maria Eymael (PSDC) e Geraldo Alckmin (PSDB) aceitaram
o convite até agora. A assessoria do PT informou que o pedido está sob análise.
"Para o Brasil, é estratégico
debater temas ligados não só ao
desmatamento, como à emissão de gases poluentes e projetos de sustentabilidade. Isso
precisa entrar no debate", diz o
ambientalista Fabio Feldmann, do Bioclimático.
Para o biólogo Alcides Faria,
da organização não-governamental Ecoa, falta aos candidatos aprofundar os temas discutidos na campanha. "Tenho visto superficialidades e generalidades. Queremos estabelecer
um debate e ir além do crescimento econômico medido pelo
PIB", afirma.
"O que vemos é um vazio nas
propostas ditas de desenvolvimento, que não contemplam as
perspectivas socioambientais",
afirma a geóloga Lúcia Ortiz, da
Amigos da Terra.
Já a coordenadora do programa de política e direito socioambiental do ISA (Instituto
Socioambiental), Adriana Ramos, diz que um dos objetivos
do setor é fazer o Ministério do
Planejamento incluir em seus
projetos de infra-estrutura
uma preocupação socioambiental, não apenas com a abertura de vagas no mercado de
trabalho. "Precisamos pensar o
Brasil como um todo e a expectativa de desenvolvimento a
longo prazo", afirma.
Represas e hidrovias
As entidades sugerem, por
exemplo, reavaliar a necessidade de novas represas, hidrovias
e estradas -especialmente as
previstas para Amazônia, cerrado e Pantanal- que possam
se tornar vetores de ocupação
predatória.
Propõem a criação de incentivos para que sejam usadas
áreas já degradas para o plantio
de grãos utilizados na fabricação de biocombustível e uma
política de regularização fundiária da Amazônia, que permita o desenvolvimento sustentável da região.
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