São Paulo, quinta-feira, 07 de setembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ELEIÇÕES 2006/ PROGRAMAS

Documento lista ações para o meio ambiente

Entidades ligadas à ecologia se reúnem em Brasília e reclamam da dificuldade de discutir o assunto com os candidatos à Presidência

Intenção é fazer debate com todos os presidenciáveis, mas apenas José Maria Eymael e Geraldo Alckmin aceitaram convite até agora


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ambientalistas e entidades da sociedade civil lançaram ontem um documento com propostas voltadas ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável, que será apresentado aos candidatos à Presidência. Para as entidades, as propostas dos partidos são superficiais e há dificuldade de acesso aos presidenciáveis para debater os temas.
Reunidos no projeto "Brasil e seus rumos", cerca de 40 representantes dessas organizações discutiram durante três dias em Brasília propostas para políticas públicas que levem em conta o desenvolvimento e a preservação do meio ambiente.
O documento, com 63 propostas divididas em nove temas e textos de apoio, será encaminhado aos candidatos. Além disso, as entidades, capitaneadas pelo site Bioclimático, tentam marcar um debate com cada um dos presidenciáveis para discutir ações na área.
Todos os candidatos foram convidados, mas apenas José Maria Eymael (PSDC) e Geraldo Alckmin (PSDB) aceitaram o convite até agora. A assessoria do PT informou que o pedido está sob análise.
"Para o Brasil, é estratégico debater temas ligados não só ao desmatamento, como à emissão de gases poluentes e projetos de sustentabilidade. Isso precisa entrar no debate", diz o ambientalista Fabio Feldmann, do Bioclimático.
Para o biólogo Alcides Faria, da organização não-governamental Ecoa, falta aos candidatos aprofundar os temas discutidos na campanha. "Tenho visto superficialidades e generalidades. Queremos estabelecer um debate e ir além do crescimento econômico medido pelo PIB", afirma.
"O que vemos é um vazio nas propostas ditas de desenvolvimento, que não contemplam as perspectivas socioambientais", afirma a geóloga Lúcia Ortiz, da Amigos da Terra.
Já a coordenadora do programa de política e direito socioambiental do ISA (Instituto Socioambiental), Adriana Ramos, diz que um dos objetivos do setor é fazer o Ministério do Planejamento incluir em seus projetos de infra-estrutura uma preocupação socioambiental, não apenas com a abertura de vagas no mercado de trabalho. "Precisamos pensar o Brasil como um todo e a expectativa de desenvolvimento a longo prazo", afirma.

Represas e hidrovias
As entidades sugerem, por exemplo, reavaliar a necessidade de novas represas, hidrovias e estradas -especialmente as previstas para Amazônia, cerrado e Pantanal- que possam se tornar vetores de ocupação predatória.
Propõem a criação de incentivos para que sejam usadas áreas já degradas para o plantio de grãos utilizados na fabricação de biocombustível e uma política de regularização fundiária da Amazônia, que permita o desenvolvimento sustentável da região.


Texto Anterior: PT arrecada 199% a mais após início do horário na TV
Próximo Texto: Pernambuco: Costa usa discurso de Lula para se defender
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.