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Depoimentos de dois assessores complicam situação de Suassuna
Senador cobrava liberação de emendas sobre ambulâncias, diz funcionária
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Dois depoimentos de assessores parlamentares complicaram ontem a situação do senador Ney Suassuna (PMDB-PB)
no escândalo dos sanguessugas.
A assessora parlamentar do
Ministério da Saúde Marilane
Cavalcanti de Albuquerque
confirmou ontem, no Conselho
de Ética do Senado, que Suassuna ligou para ela para saber
como estava o encaminhamento das emendas parlamentares
para a compra de ambulâncias.
Já Marcelo Cardoso, ex-assessor do senador, afirmou que
Suassuna sabia de suas ligações
com a máfia dos sanguessugas.
Marilane Albuquerque contou que, em janeiro deste ano,
conversou com Suassuna sobre
as emendas: "O senador me ligou perguntando se as emendas dele tinham sido empenhadas". Ela teria dito que "todas,
com a exceção do última porque não tinha pré-projeto".
Para o senador Demóstenes
Torres (PFL-GO), as declarações de Marilane sustentam a
tese de que Suassuna tinha conhecimento e acompanhava a
liberação do dinheiro das
emendas sobre a compra de
ambulâncias irregulares. "Ela
deu a entender que ele sabia.
Caso contrário, não teria ligado
para ela para perguntar", disse.
Marilane e mais cinco testemunhas prestaram depoimento no Conselho de Ética sobre
os três senadores acusados de
participar do esquema -além
de Suassuna, são investigados
Magno Malta (PL-ES) e Serys
Slhessarenko (PT-MT).
Suassuna responsabiliza o
ex-assessor Marcelo Cardoso,
que de acordo com as investigações da Polícia Federal teria recebido R$ 222,5 mil da máfia
das ambulâncias. Marcelo também prestou depoimento ao
conselho, em reunião fechada a
pedido dele, na qual desmentiu
o senador e afirmou que Suassuna sabia de suas atividades.
O senador disse que só irá falar na terça, quando prestará
depoimento ao conselho.
O empresário Paulo Roberto
Ribeiro -genro de Serys- negou ontem, ao conselho, que tenha recebido R$ 35 mil da Planam -empresa da família Vedoin. Ele foi desmentido por
Ivo Spínola, empresário ligado
à Planam, que disse ter presenciado a entrega do dinheiro por
Luiz Antonio Vedoin. Vedoin
disse ontem, em depoimento à
PF, ter pago R$ 700 mil em propina aos deputados Cabo Júlio
(PMDB-MG), Wanderval Santos (PL-SP) e Nilton Capixaba
(PTB-RO). Eles negam.
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