São Paulo, quinta-feira, 07 de setembro de 2006

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Depoimentos de dois assessores complicam situação de Suassuna

Senador cobrava liberação de emendas sobre ambulâncias, diz funcionária

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dois depoimentos de assessores parlamentares complicaram ontem a situação do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) no escândalo dos sanguessugas.
A assessora parlamentar do Ministério da Saúde Marilane Cavalcanti de Albuquerque confirmou ontem, no Conselho de Ética do Senado, que Suassuna ligou para ela para saber como estava o encaminhamento das emendas parlamentares para a compra de ambulâncias. Já Marcelo Cardoso, ex-assessor do senador, afirmou que Suassuna sabia de suas ligações com a máfia dos sanguessugas.
Marilane Albuquerque contou que, em janeiro deste ano, conversou com Suassuna sobre as emendas: "O senador me ligou perguntando se as emendas dele tinham sido empenhadas". Ela teria dito que "todas, com a exceção do última porque não tinha pré-projeto".
Para o senador Demóstenes Torres (PFL-GO), as declarações de Marilane sustentam a tese de que Suassuna tinha conhecimento e acompanhava a liberação do dinheiro das emendas sobre a compra de ambulâncias irregulares. "Ela deu a entender que ele sabia. Caso contrário, não teria ligado para ela para perguntar", disse.
Marilane e mais cinco testemunhas prestaram depoimento no Conselho de Ética sobre os três senadores acusados de participar do esquema -além de Suassuna, são investigados Magno Malta (PL-ES) e Serys Slhessarenko (PT-MT).
Suassuna responsabiliza o ex-assessor Marcelo Cardoso, que de acordo com as investigações da Polícia Federal teria recebido R$ 222,5 mil da máfia das ambulâncias. Marcelo também prestou depoimento ao conselho, em reunião fechada a pedido dele, na qual desmentiu o senador e afirmou que Suassuna sabia de suas atividades.
O senador disse que só irá falar na terça, quando prestará depoimento ao conselho.
O empresário Paulo Roberto Ribeiro -genro de Serys- negou ontem, ao conselho, que tenha recebido R$ 35 mil da Planam -empresa da família Vedoin. Ele foi desmentido por Ivo Spínola, empresário ligado à Planam, que disse ter presenciado a entrega do dinheiro por Luiz Antonio Vedoin. Vedoin disse ontem, em depoimento à PF, ter pago R$ 700 mil em propina aos deputados Cabo Júlio (PMDB-MG), Wanderval Santos (PL-SP) e Nilton Capixaba (PTB-RO). Eles negam.


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