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Senado aprova pacote de reajuste a servidor
Medidas, que beneficiam Judiciário, TCU e Procuradoria, representam impacto anual de R$ 5,3 bi aos cofres públicos
Projetos, que agora vão à
sanção do presidente da
República, foram votados
em regime de urgência,
sob pressão de sindicalistas
FERNANDA KRAKOVICS
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em regime de urgência, o Senado aprovou ontem aumentos
salariais e reestruturação de
carreiras para o Judiciário, Tribunal de Contas da União e Ministério Público. Os projetos de
lei foram enviados à sanção
presidencial e, se entrarem em
vigor, representarão um impacto anual de pelo menos R$
5,3 bilhões aos cofres públicos.
O pacote foi aprovado pela
Câmara anteontem e incluído
imediatamente na pauta do Senado. Servidores e sindicalistas
lotaram as galerias do plenário
e aplaudiram quando a votação
foi concluída. Durante o dia
eles abordaram os senadores
nos corredores, pressionando
pelo reajuste salarial.
O projeto com o maior impacto orçamentário previsto é
o que reestrutura a carreira dos
servidores do Judiciário da
União, que causaria um gasto
extra de R$ 4,6 bilhões ao ano.
As votações foram simbólicas,
ou seja, sem identificação individual no painel eletrônico. Isso ocorre quando há consenso.
Foi aprovado reajuste de 15%
para o salário de todos os servidores do TCU, pagamento que
seria retroativo a novembro de
2004. O impacto anual ficaria
em R$ 39 milhões.
O reajuste já havia sido aprovado pelo Congresso, mas foi
vetado pelo presidente Lula,
que rejeitou igual aumento para os servidores da Câmara e do
Senado. Os vetos relativos ao
Congresso foram derrubados
pelo Legislativo, o do TCU não.
"Já há muito tempo o TCU
pleiteia e de certa forma foi injustiçado em relação à remuneração dos servidores", afirmou
o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), que foi o relator dos projetos de lei e deu
parecer favorável a todos.
Justiça e Procuradoria
Outros projetos aprovados
criam cargos e estabelecem a
remuneração para os conselhos nacionais de Justiça e do
Ministério Público. O custo
anual das medidas é de R$ 19,2
milhões. O projeto que reestrutura a carreira de funcionários
do Ministério Público Federal
foi aprovado. O gasto anual é
estimado em R$ 598 milhões.
Outra aprovação foi do projeto que cria 202 funções comissionadas no Tribunal Regional
do Trabalho da 8ª Região, em
Belém (PA). "Esse projeto não
cria despesas, faz apenas uma
reestruturação", disse o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), defendeu ontem a aprovação das medidas que concedem aumentos.
"Eram projetos já aprovados
nas comissões, já negociados
entre Executivo e Judiciário.
Creio, então que poderiam ser
aprovados", afirmou.
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