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PT se divide sobre cassação de senador; 6 integrantes votariam pela absolvição
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Considerado um aliado certo
até a reta final do processo de
cassação, o PT se dividiu e gerou preocupação ontem entre
os aliados que articulam para
tentar salvar o mandato do presidente do Senado, Renan Calheiros, na votação secreta na
próxima quarta-feira.
Em conversas reservadas, integrantes da bancada petista
diziam que Renan tinha assegurados 6 dos 12 votos do partido. Pelo menos quatro senadores da sigla votariam contra ele,
e dois estariam indecisos.
Nas planilhas que circulam
entre líderes aliados de Renan,
já são considerados votos perdidos: Eduardo Suplicy (SP),
Flávio Arns (PR), Augusto Botelho (RR) e Delcídio Amaral
(MS). Na lista, há asteriscos sob
os nomes de Aloizio Mercadante (SP) e Tião Viana (AC), apontando dúvidas sobre eles.
"Todos votarão de acordo
com sua consciência. Não haverá decisão fechada [da bancada]", disse Suplicy. São apontados como votos seguros pela
absolvição: Ideli Salvatti (SC),
Sibá Machado (AC), Fátima
Cleide (RO), Paulo Paim (RS),
Serys Slhessarenko (MT) e
João Pedro (AM).
No caso de João Pedro, que
ocupa a cadeira como suplente
do ministro Alfredo Nascimento, avaliação é que ele só optou
pela cassação de Renan no
Conselho de Ética porque a votação foi aberta. Na prática,
tentou evitar desgaste de ficar
sozinho unido ao grupo de Renan. "O meu voto é esse aí", disse, sorrindo, ao ser questionado
pela Folha se repetiria o voto
do conselho no plenário. Mas,
nos bastidores, pelo menos três
senadores petistas asseguraram que ele já anunciou que
optará pela absolvição.
A líder do PT justificou a pulverização dos fotos da bancada.
"Cada um vai votar conforme a
sua cabeça. Há muito interesse
da oposição em nos responsabilizar", disse Ideli.
Apesar do discurso de independência dos votos, foi a própria Ideli quem repreendeu Suplicy, na última reunião da
bancada, por ele ter "esvaziado" o argumento de Epitácio
Cafeteira (PTB-MA) na sessão
de leitura do relatório contra
Renan. Na ocasião, Cafeteira
dizia ter testemunhado um pedido de propina de Pedro Calmon, pai do advogado que defende a jornalista Mônica Veloso, para que ela não fizesse as
denúncias contra Renan.
Aliados de Renan têm se mobilizado para impedir que votos considerados certos se modifiquem às vésperas da votação. O próprio presidente do
Senado começou a disparar telefonemas. Ontem, ele convidou pessoalmente Suplicy para
ir ao seu gabinete esclarecer as
dúvidas que o petista afirmou
ainda ter sobre o caso.
(SILVIO NAVARRO E FERNANDA KRAKOVICS)
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