São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2008

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Para coordenação da campanha de Marta, Kassab é o "melhor adversário" no 2º turno

DA REPORTAGEM LOCAL

A coordenação de campanha de Marta Suplicy (PT) não fala oficialmente a respeito do "melhor adversário" num eventual embate de segundo turno, mas nos bastidores boa parte dos petistas torce para que Gilberto Kassab (DEM) supere Geraldo Alckmin (PSDB) e passe para o enfrentamento direto com a ex-prefeita, líder nas pesquisas.
A argumentação que leva os apoiadores de Marta a citar Kassab como um adversário contra o qual ela terá melhores chances de vencer se baseia em três pontos. Além da leitura básica das pesquisas, que colocam a petista à frente do prefeito nas simulações de segundo turno, os martistas avaliam que a "figura política" de Kassab não tem a dimensão da de Alckmin -além de já ter sido governador, o tucano tem bom recall de campanhas anteriores, inclusive da de 2006, quando foi derrotado na corrida pelo Palácio do Planalto contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os petistas citam também o fato de o prefeito ter rejeição alta, na mesma proporção de Marta. Já Alckmin é o candidato, entre os principais, com a menor rejeição nas pesquisas.
A coordenação de campanha, porém, não é unânime na avaliação. Seus integrantes também citam fragilidades de Alckmin, como a falta de apoio maciço dos tucanos e das máquinas municipal e estadual, além de apontarem pontos fortes do prefeito, que incluem seu poder de usar a caneta como arma eleitoral, sua capacidade de arrecadação de verbas -é a campanha mais rica até o momento- e a perspectiva de ele chegar ao segundo turno numa onda crescente (veja quadro).
A "preferência" de Marta por um enfrentamento direto com Kassab começou a se evidenciar nos últimos dias, quando a petista deixou de lado sua postura de ignorar os ataques do prefeito. Tanto nas agendas públicas quanto nos programas de rádio e TV, Marta tem se dedicado a criticar a atual administração, sempre citando Kassab.
A idéia inicial da campanha de Marta era centrar seu discurso apenas em propostas. A queda acentuada de Alckmin nos últimos levantamentos, porém, criou uma oportunidade para, segundo definição dos petistas, incluir Kassab no debate a fim de tentar "embolar" a luta pelo segundo lugar. Isso, avaliam os apoiadores de Marta, poderá criar mais tensão no PSDB, que está dividido nesta campanha entre kassabistas e alckmistas. (RANIER BRAGON E CONRADO CORSALETTE)


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