São Paulo, segunda-feira, 07 de setembro de 2009

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outro lado

Secretário diz que só abona faltas em caso de "missão oficial"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O terceiro-secretário da Câmara, deputado Odair Cunha (PT-MG), responsável neste ano por analisar as justificativas de falta, afirmou que a Casa só concede o abono para faltas justificadas como participação em "missão oficial" mediante manifestação formal.
Essa justificativa pode ser um documento de participação em evento ou apenas a assinatura dos líderes das bancadas.
As faltas por motivos de saúde, segundo ele, só são perdoadas após a apresentação de atestado médico.
O ex-presidente da Câmara dos Deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP) disse que, em sua gestão, as justificativas de faltas tinham de ser aprovadas por todos os membros da Mesa. Segundo Chinaglia, ele trabalhou para "recuperar a imagem da Casa e passar à sociedade um ambiente de trabalho".
De acordo com a própria Câmara, a maioria das justificativas de falta é sob o argumento de participação em atividades partidárias ou políticas fora do Congresso Nacional.
Já os deputados que integram a lista dos dez mais faltosos da legislatura enumeraram, em sua maioria, problemas particulares e de saúde.
A Câmara não discrimina o motivo dos abonos, mas há casos evidentes de ausência por problemas de saúde.
O segundo deputado com menor índice de comparecimento na legislatura, por exemplo, é Carlos Wilson (PT-PE), que morreu em abril deste ano, vítima de um câncer. Enquanto era deputado, ele não esteve presente a 52% das sessões de votação.
O deputado mais ausente, Alberto Silva (PMDB-PI), que tem 90 anos, tem recomendação médica para ficar em casa, de onde afirma continuar trabalhando.
Enio Bacci (PDT-RS), que contabiliza 119 faltas na legislatura, argumenta que nos dois primeiros anos seguiu recomendação da Secretaria de Segurança do Rio Grande do Sul de não se expor publicamente. Ele diz ter sofrido ameaças devido à investigação das irregularidades no Detran gaúcho. Bacci foi secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul no início de 2007. Em 2009, o deputado federal compareceu a 74% dos dias com votação.
O deputado Miguel Martini (PHS-MG), com 110 faltas registradas no período, também teve problemas de saúde. "Tive licença o ano passado e agora estou com acompanhamento médico, de qualquer forma sempre tento participar dos assuntos que me interessam."
Terceira do ranking dos mais faltosos, Nice Lobão (DEM-MA), com 143 ausências, disse que teve problemas na coluna e que ficou afastada por determinação médica.
Abelardo Camarinha (PSB-SP) perdeu o filho em 2006 e disse que teve que dedicar mais tempo à sua família nos anos seguintes. Afirmou ainda que logo depois foi acometido por um problema de saúde.
Já o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), disse que seu trabalho não se resume só ao plenário. "Quando somos líderes não temos a obrigatoriedade de participar de todas as sessões, tenho seis vice-líderes de plenário. Participo de reunião do Conselho Político, de reuniões com ministros. A minha atuação é muito mais ampla."
Vadão Gomes (PP-SP) e Jader Barbalho (PMDB-PA) não responderam aos recados deixados em seus gabinetes.


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