|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
outro lado
Secretário diz que só abona faltas em caso de "missão oficial"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O terceiro-secretário da Câmara, deputado Odair Cunha
(PT-MG), responsável neste
ano por analisar as justificativas de falta, afirmou que a Casa
só concede o abono para faltas
justificadas como participação
em "missão oficial" mediante
manifestação formal.
Essa justificativa pode ser
um documento de participação
em evento ou apenas a assinatura dos líderes das bancadas.
As faltas por motivos de saúde, segundo ele, só são perdoadas após a apresentação de
atestado médico.
O ex-presidente da Câmara
dos Deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP) disse que, em sua
gestão, as justificativas de faltas
tinham de ser aprovadas por
todos os membros da Mesa. Segundo Chinaglia, ele trabalhou
para "recuperar a imagem da
Casa e passar à sociedade um
ambiente de trabalho".
De acordo com a própria Câmara, a maioria das justificativas de falta é sob o argumento
de participação em atividades
partidárias ou políticas fora do
Congresso Nacional.
Já os deputados que integram a lista dos dez mais faltosos da legislatura enumeraram,
em sua maioria, problemas
particulares e de saúde.
A Câmara não discrimina o
motivo dos abonos, mas há casos evidentes de ausência por
problemas de saúde.
O segundo deputado com
menor índice de comparecimento na legislatura, por
exemplo, é Carlos Wilson (PT-PE), que morreu em abril deste
ano, vítima de um câncer. Enquanto era deputado, ele não
esteve presente a 52% das sessões de votação.
O deputado mais ausente, Alberto Silva (PMDB-PI), que
tem 90 anos, tem recomendação médica para ficar em casa,
de onde afirma continuar trabalhando.
Enio Bacci (PDT-RS), que
contabiliza 119 faltas na legislatura, argumenta que nos dois
primeiros anos seguiu recomendação da Secretaria de Segurança do Rio Grande do Sul
de não se expor publicamente.
Ele diz ter sofrido ameaças devido à investigação das irregularidades no Detran gaúcho.
Bacci foi secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul
no início de 2007. Em 2009, o
deputado federal compareceu a
74% dos dias com votação.
O deputado Miguel Martini
(PHS-MG), com 110 faltas registradas no período, também
teve problemas de saúde. "Tive
licença o ano passado e agora
estou com acompanhamento
médico, de qualquer forma
sempre tento participar dos assuntos que me interessam."
Terceira do ranking dos mais
faltosos, Nice Lobão (DEM-MA), com 143 ausências, disse
que teve problemas na coluna e
que ficou afastada por determinação médica.
Abelardo Camarinha (PSB-SP) perdeu o filho em 2006 e
disse que teve que dedicar mais
tempo à sua família nos anos
seguintes. Afirmou ainda que
logo depois foi acometido por
um problema de saúde.
Já o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves
(RN), disse que seu trabalho
não se resume só ao plenário.
"Quando somos líderes não temos a obrigatoriedade de participar de todas as sessões, tenho
seis vice-líderes de plenário.
Participo de reunião do Conselho Político, de reuniões com
ministros. A minha atuação é
muito mais ampla."
Vadão Gomes (PP-SP) e Jader Barbalho (PMDB-PA) não
responderam aos recados deixados em seus gabinetes.
Texto Anterior: Lista dos mais ausentes tem Ciro em quarto lugar Próximo Texto: Frase Índice
|