São Paulo, terça, 7 de outubro de 1997.



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Painel

Cai um tabu
Pela primeira vez em 17 anos, o Exército aceitou fazer acordo técnico de prevenção da Aids com o Ministério da Saúde. O plano, de R$ 3,7 mi, atenderá 140 mil militares de carreira, 70 mil recrutas e 800 mil alistados.

Últimas trincheiras
Por enquanto, o programa de prevenção da Aids atingirá apenas o Exército, que já registra 483 casos da doença. A Saúde negocia também com a Marinha (527 casos) e a Aeronáutica (127 casos), ambas ainda reticentes.

Trilha pioneira
A parceria com o Exército permitirá que a Saúde interiorize a prevenção da Aids. A idéia é levar o programa às populações de fronteira (índios, por exemplo), onde a doença tem se expandido. O acordo será anunciado hoje.

Dispensa antecedentes
O inchaço do PFL e do PSDB, que viraram as maiores siglas da Câmara, antecipa uma boa briga de 99: presidência da Casa, comissões e relatorias importantes. O pefelista Inocêncio tem jogado pesado pela presidência.

Arena em crise
O PSDB hoje não teria um nome de expressão para disputar a presidência da Câmara, caso se torne a maior bancada em 98. O líder Aécio Neves quer, mas não é levado a sério. Uma boa aposta é o mineiro Pimenta da Veiga, que tenta voltar à Casa em 98.

Em ponto de bala
Milton Seligman (Incra) diz que está "madura" a criação do primeiro Conselho Estadual de Reforma Agrária. É o de São Paulo, que pode sair logo para tratar do Pontal do Paranapanema. Zé Rainha (MST) apóia.

Só na promessa
O senador Amin (PPB-SC) tem sugestão de slogan para os marketeiros de FHC, que temem que a população tenha se acostumado ao Real e queira mais: "Chega de real, queremos sonhos".


Resistência na base
Até alguns cartolas interessados em derrubar a Lei Pelé estão pressionando o líder do PMDB, Geddel Vieira Lima, a não indicar Marquinho "Bingo" Chedid para a comissão. Pegaria tão mal que acabaria atrapalhando.

Efeito opinião pública
Michel Temer designou três relatores para que a Câmara vote ainda amanhã o projeto que acaba com o Instituto de Previdência dos Congressistas. Cada um representa uma da três comissões que precisam dar aval à proposta, que retornou do Senado.

Público cativo
Escaldada com as fracassadas greves gerais, a CUT organiza para o dia 22 a 1ª paralisação total do funcionalismo federal no governo. Sem aumento há mil dias, os servidores pedem 54%.

Passo fundamental
A Câmara vai instalar uma comissão especial na semana que vem para discutir uma reforma política para 2002. "A dança dos partidos mostrou que isso é imprescindível", diz Michel Temer.

De volta ao passado

Apesar de a plataforma da frente PT-PDT-PSB-PC do B para 98 já estar na 4ª versão, um item é "imexível": na Educação, o modelo é o Ciep, de Brizola.

Acreditou em Papai Noel
Maluf tenta nova conversa com FHC porque está incomodado com Serjão. O pepebista andou dizendo que o presidente pedira ao ministro das Comunicações para pegar leve com ele.


Opção pelo 2º escalão

O tucano Sérgio Moreira, que assume hoje a secretaria-executiva do Ministério do Meio Ambiente, deve ser o titular da pasta a partir de janeiro, quando Gustavo Krause (PFL) sai para disputar uma vaga na Câmara.

Ninguém viu
Paulo Bernardo (PT) reclama, em tom de gozação, que a bancada na Câmara não foi informada de nenhuma linha do programa dos partidos de oposição. "De repente, tô fazendo o discurso errado e quero corrigir."

Visita à Folha
O presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), Caio Luiz de Carvalho, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado do chefe de gabinete, Antônio Carlos Carneiro.

TIROTEIO

De Padre Roque (PT-PR), para quem FHC encontra Covas ultimamente para "escamotear" um suposto acordo com Maluf:
- O Covas não é bobo de entrar nessa. Sabe que FHC é igual a marido que trai. Em público, é fiel à mulher oficial. Às escondidas, dá preferência à amante.

CONTRAPONTO

Evento tipicamente tucano
A cerimônia de inauguração da fábrica de automóveis da Honda, ontem, em Sumaré (SP), contou com a presença da alta cúpula do tucanato.
Estiveram presentes os dois políticos mais importantes do partido, o presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador de São Paulo, Mário Covas.
Na hora de descerrar o pano que cobria a placa de inauguração, ocorreu uma cena que ilustra a folclórica imagem de que o PSDB está sempre no muro.
O pano tinha quatro cordas. Cada um dos quatro mais ilustres participantes puxaria uma delas. FHC pegou em uma ponta. Covas noutra. O presidente da Honda mundial também. E o presidente da Honda brasileira segurou a última ponta.
Eles ficaram vários segundos trocando olhares, sem que alguém tomasse a iniciativa. Coube a FHC descer do muro:
- Bem, pessoal... vamos lá. Um, dois e três - disse o presidente.



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