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FORTALEZA
Declaração de presidenciável pode abrir caminho para apoio de seu partido ao candidato a prefeito Inácio Arruda (PC do B)
Ciro não descarta aliança com PT
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Derrotado por um candidato de
uma frente de esquerda integrada
pelo PT em Fortaleza, Ciro Gomes
(PPS) afirmou ontem que uma
aproximação com o partido de
Lula faz parte de seu projeto para
concorrer à Presidência em 2002.
"No meu projeto presidencial,
não descarto uma aliança com a
esquerda. O PT sempre esteve
muito próximo de mim."
A declaração pode abrir as portas para um possível apoio de seu
partido, no segundo turno, à candidatura de Inácio Arruda (PC do
B), principal responsável pela
derrota de sua candidata, Patrícia
Gomes (PPS), no primeiro turno.
Inácio encabeça uma frente de
esquerda da qual fazem parte PT,
PDT, PSB e PCB. Ele enfrenta, no
segundo turno, o prefeito da cidade, Juraci Magalhães (PMDB).
"Uma aliança com a esquerda
não é, de forma alguma, descartada. Tenho uma identificação muito grande com a esquerda. Aliás,
eu mesmo me enquadro na centro-esquerda, o que torna nossos
projetos muito parecidos."
O presidenciável, de qualquer
forma, preferiu não anunciar oficialmente o apoio a Inácio. Ele
afirmou que a decisão final ficará
por conta de Patrícia, sua ex-mulher. "Quando voltar da viagem
que acabou de fazer, deve anunciar quem irá apoia", disse Ciro.
Patrícia viajou anteontem para os
Estados Unidos e deve voltar a
Fortaleza antes do dia 19, quando
termina sua licença na Assembléia Legislativa do Ceará.
Ciro foi ontem para o Rio, onde
participará de eventos em apoio à
candidatura de César Maia (PTB)
à prefeitura local. A entrevista foi
concedida à imprensa no aeroporto, pouco antes do embarque.
Na opinião de Ciro, a culpa pela
derrota de Patrícia não foi do governador Tasso Jereissati (PSDB).
"Tasso é um homem muito íntegro e sempre se dedicou à campanha de Patrícia." Ele também afirmou que a derrota de sua ex-mulher não atrapalha seu projeto
presidencial. "Vou à luta", disse.
No domingo da eleição, Ciro
afirmara que seria difícil uma
aliança com Inácio, que segundo
ele "foi desonesto durante a campanha". Inácio e Patrícia protagonizaram os momentos mais
agressivos do primeiro turno,
com trocas de acusação e discussões acirradas. Inácio chegou a
chamar a candidata de "submissa
ao Cambeba" - gíria local para
governo do Estado, que a apoiava.
Por outro lado, Patrícia acusou o
candidato do PC do B de ser "machista e comunista". Na entrevista
de ontem, Ciro só criticou Juraci.
"Ficou claro no primeiro turno
que o atual prefeito está ligado ao
presidente Fernando Henrique,
que liberou verbas do BNDES para derrotar Patrícia", disse, em referências a obras com verbas federais na cidade -que o prefeito
nega terem sido eleitoreiras.
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