São Paulo, domingo, 07 de outubro de 2007

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Estudo em MG aponta que só 3,5% das ONGs podem receber recursos do Estado

DA REDAÇÃO

De 1.321 organizações não-governamentais avaliadas em Belo Horizonte, só 47 (3,5%) foram apontadas como capacitadas para ser parceiras do governo. Os dados fazem parte do trabalho "Diagnóstico do Terceiro Setor de Belo Horizonte", publicado no final de 2006, um dos mais detalhados estudos sobre o assunto feitos no país.
Do total da amostra pesquisada, os cinco principais financiadores apontados foram: o governo (39,6%), a comunidade (36,3%), os voluntários (34,3%), as empresas (26,6%) e as igrejas (25%).
Entre as empresas indicadas como potenciais parceiras do governo, 53,2% disseram ter alguma parceria com o Estado, 51,1%, com empresas e 34%, com outras organizações. O levantamento -uma parceria do Ministério Público de Minas com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas)- partiu de um universo potencial de 2.773 organizações.
O primeiro problema encontrado foi que 11% das ONGs foram eliminadas por estarem fechadas, inoperantes, por terem atuação informal (seja por questões legais ou fiscais) ou por estarem atuando fora da capital, apesar do cadastro fiscal informar que se situavam na capital mineira. Cerca de 24% do total não foram localizadas nos endereços informados.
Em cerca de 19% dos casos, não foi possível localizar o responsável pela instituição e em 4% das instituições não quiseram participar da pesquisa.
"Há uma falta de dados sobre o terceiro setor no Brasil", afirma o procurador Tomáz de Aquino Rezende, coordenador do estudo. "É preciso saber quem são e o que fazem essas instituições. Não só as que recebem recursos públicos. Porque outras que não recebem diretamente têm, indiretamente, vantagens fiscais."
Os critérios de escolha das indicadas como potenciais parceiras em Belo Horizonte foram estrutura, presença de controle interno, prestação de contas, presença de diretoria regular, registro em cartório, entre outros.
Os empregos gerados por todas as instituições avaliadas na capital mineira atingiram 3,3% do total de vagas na Região Metropolitana de Belo Horizonte em dezembro de 2005, uma demonstração do tamanho econômico desse setor.
"Os potenciais parceiros parecem possuir uma organização mais complexa", afirma o estudo. Outra constatação foi a de que as ONGs com mais tempo de atividade são mais confiáveis. (FBM)


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