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Oposição perde espaço pelo país; PT tem o maior crescimento
Desempenho do partido de Lula, porém, ficou aquém do projetado por sua direção; em números absolutos, o PMDB foi o partido mais vencedor do domingo, com 1.194 prefeitos eleitos no primeiro turno
ALAN GRIPP
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os três principais partidos de
oposição ao governo Lula foram os que mais perderam prefeituras no primeiro turno da
eleição de domingo. O DEM
deixará o poder em 176 cidades;
o PSDB, em 109; e o PPS, em 70.
Embora com desempenho
aquém do projetado por sua direção, o PT sai das urnas com o
maior crescimento no número
de municípios. O partido tem
atualmente 391 prefeitos, esperava chegar a 700 e saiu das urnas com 548 eleitos.
Mas, pelo critério de número
de votos nominais, o grande
vencedor no primeiro turno é o
PMDB. Seus candidatos a prefeito receberam 18,4 milhões
de votos, embora o número de
prefeituras do partido tenha ficado praticamente estável (de
1.212 para 1.194).
A comparação foi feita pela
Folha entre os resultados parciais da eleição divulgados até o
fechamento desta edição pelo
Tribunal Superior Eleitoral e a
lista dos partidos hoje no poder, elaborada pela CNM (Confederação Nacional de Municípios), a principal entidade municipalista do país. Esse cruzamento retrata mais fielmente a
realidade política brasileira,
pois contempla o troca-troca
partidário desde 2004.
O TSE havia computado até o
final da tarde de ontem os votos
em 5.544 municípios -em 29
deles, a eleição será decidida
somente no segundo turno.
Além do PT, o PTB e siglas
que compõe o chamado "bloquinho de esquerda" foram os
partidos que mais ganharam
prefeitos. O PT fez 157 prefeituras a mais do que tem hoje e
ainda disputa o segundo turno
em 15 cidades, entre elas 3 capitais (São Paulo, Salvador e Porto Alegre).
O PSB obteve o resultado
mais consistente entre as legendas do bloquinho -95 prefeitos a mais do que os 214 que
governa hoje, de acordo com os
dados da CNM. O PTB terá a
partir do próximo ano 35 prefeituras a mais, e o PDT, 33. PC
do B e PV também cresceram
-cada um ganhou no primeiro
turno 21 prefeituras a mais.
Hoje, os 14 partidos que
apóiam o governo Lula no plano federal têm 3.360 prefeituras, contra 1.852 governadas
pelas demais siglas. Os três
principais partidos de oposição
no plano federal -PSDB, DEM
e PPS- têm juntos 1.761.
No primeiro turno desta eleição, os partidos da chamada base aliada conquistaram 4.036
cidades, um crescimento de
20% em relação a hoje. Os demais enxugaram seus quadros
-saíram do primeiro turno
com 1.479, uma queda de 20%.
PSDB, PPS e DEM fizeram
1.406 prefeituras, de acordo
com os dados parciais do TSE.
Parte do declínio do DEM no
número de prefeituras se deve
ao fraco desempenho da sigla
na Bahia, na primeira eleição
após a morte do ex-governador
Antônio Carlos Magalhães. O
partido tem atualmente 116
prefeitos, de acordo com a lista
da CNM. Neste primeiro turno,
só elegeu 44, aponta o TSE. Se
comparado ao resultado no primeiro turno da eleição de 2004,
a derrocada do DEM fica ainda
maior (71%) na Bahia. Naquele
ano, a legenda chegou ao poder
em 153 cidades.
O PMDB, comandando na
Bahia pelo ministro Geddel
Vieira Lima (Integração Nacional), sai deste primeiro turno
como o grande herdeiro do carlismo. Em 2004, os peemedebistas fizeram 20 prefeituras
no Estado. Atualmente têm 57.
Saem das urnas com 113.
O PT, do governador Jaques
Wagner e que disputa com o
PMDB o espólio político de
ACM, elegeu 66 prefeitos no
domingo -hoje tem 25, seis a
mais do que elegeu em 2004.
Sob a liderança do governador Eduardo Campos, o PSB
consolidou Pernambuco como
um forte reduto do partido. Em
2004, a legenda fez 12 prefeituras no Estado. Agora, assegurou o controle de 49.
Considerando o número total de votos nominais computados até agora, o PT ficou em segundo lugar, atrás do PMDB,
com 16,5 milhões de votos. Em
terceiro, ficou o PSDB, com
14,45 milhões de votos, seguido
do DEM, com 9,3 milhões, puxado pelo bom desempenho de
Gilberto Kassab em São Paulo.
No fim da tarde, em reunião
do conselho político, Lula ironizou a oposição, segundo relato de presentes: "Existem três
partidos que estão muito nervosos: o DEM, porque perdeu
muitas prefeituras, e o PSDB e
o PPS, que perderam boas prefeituras".
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