São Paulo, terça-feira, 07 de outubro de 2008

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PT apostará em "desconstrução" da gestão Kassab

DA REPORTAGEM LOCAL EM SÃO PAULO

A despeito do discurso otimista para os microfones, os coordenadores da campanha de Marta Suplicy (PT) foram surpreendidos pelo resultado de domingo e tentavam ontem encontrar saídas para o cenário desfavorável. De imediato, eles vão apostar todas as fichas no que chamam de "desconstrução da administração" do prefeito Gilberto Kassab (DEM).
No final da tarde de ontem, a coordenação petista reuniu cerca de cem líderes regionais, deputados e vereadores do partido para pedir esforço concentrado na campanha de rua a partir de hoje. Avaliou-se que tal mobilização foi " muito dispersa" no primeiro turno.
A própria Marta tentou reanimar seus apoiadores, dizendo a eles que sempre soube que seria uma disputa "difícil". A orientação geral foi comparar as gestões da ex-prefeita e a do atual prefeito e suas biografias.
Pela manhã, Marta foi ao hospital de Cidade Tiradentes -região do extremo leste paulistano onde obteve sua mais expressiva votação- para apontar problemas na saúde.
Reuniu militantes ao lado do hospital e deu entrevistas em que criticou o prefeito em vários pontos de sua gestão. A linha deve se tornar uma tônica do programa eleitoral, que pode começar ainda esta semana.
O discurso petista é o de que é preciso "desmontar a cidade virtual que aparece na propaganda de TV de Kassab". "Administrei na adversidade, nos dois últimos anos de FHC e nos dois primeiros anos de Lula, que foram difíceis. E fizemos coisas que ele [Kassab] nem em sombra fez, e isso com R$ 10 bi anuais a mais de orçamento", disse a ex-prefeita, referindo-se à sua gestão (2001-2004).
Uma das teclas em que a ex-prefeita pretende insistir é na "incapacidade gerencial" de seu adversário. Ela cita como exemplo o fato de a prefeitura ter mantido no banco recursos federais que deveriam ser usados na compra de ambulâncias para a cidade. Ao dizer isso, cita Lula, que vai continuar a ser o seu principal "cabo eleitoral".
Como linha auxiliar da campanha, os petistas continuarão a ressaltar o passado malufista de Kassab e o fato de que ele ocupou a Secretaria do Planejamento na gestão de Celso Pitta (1997-2000). Mas os kassabistas têm resposta pronta: Maluf apoiou Marta no segundo turno de 2004 e seu partido, o PP, é da base de Lula em Brasília.
O eleitor-alvo de Marta também continua incerto. Ela iniciou o primeiro turno dizendo que queria "reconquistar a classe média". Terminou afirmando que vai governar para o "povão". Ontem, disse que os benefícios aos mais pobres repercutem na classe média.


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