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PT apostará em "desconstrução" da gestão Kassab
DA REPORTAGEM LOCAL
EM SÃO PAULO
A despeito do discurso otimista para os microfones, os
coordenadores da campanha
de Marta Suplicy (PT) foram
surpreendidos pelo resultado
de domingo e tentavam ontem
encontrar saídas para o cenário
desfavorável. De imediato, eles
vão apostar todas as fichas no
que chamam de "desconstrução da administração" do prefeito Gilberto Kassab (DEM).
No final da tarde de ontem, a
coordenação petista reuniu
cerca de cem líderes regionais,
deputados e vereadores do partido para pedir esforço concentrado na campanha de rua a
partir de hoje. Avaliou-se que
tal mobilização foi " muito dispersa" no primeiro turno.
A própria Marta tentou reanimar seus apoiadores, dizendo a eles que sempre soube que
seria uma disputa "difícil". A
orientação geral foi comparar
as gestões da ex-prefeita e a do
atual prefeito e suas biografias.
Pela manhã, Marta foi ao
hospital de Cidade Tiradentes
-região do extremo leste paulistano onde obteve sua mais
expressiva votação- para
apontar problemas na saúde.
Reuniu militantes ao lado do
hospital e deu entrevistas em
que criticou o prefeito em vários pontos de sua gestão. A linha deve se tornar uma tônica
do programa eleitoral, que pode começar ainda esta semana.
O discurso petista é o de que
é preciso "desmontar a cidade
virtual que aparece na propaganda de TV de Kassab". "Administrei na adversidade, nos
dois últimos anos de FHC e nos
dois primeiros anos de Lula,
que foram difíceis. E fizemos
coisas que ele [Kassab] nem em
sombra fez, e isso com R$ 10 bi
anuais a mais de orçamento",
disse a ex-prefeita, referindo-se
à sua gestão (2001-2004).
Uma das teclas em que a ex-prefeita pretende insistir é na
"incapacidade gerencial" de
seu adversário. Ela cita como
exemplo o fato de a prefeitura
ter mantido no banco recursos
federais que deveriam ser usados na compra de ambulâncias
para a cidade. Ao dizer isso, cita
Lula, que vai continuar a ser o
seu principal "cabo eleitoral".
Como linha auxiliar da campanha, os petistas continuarão
a ressaltar o passado malufista
de Kassab e o fato de que ele
ocupou a Secretaria do Planejamento na gestão de Celso Pitta
(1997-2000). Mas os kassabistas têm resposta pronta: Maluf
apoiou Marta no segundo turno de 2004 e seu partido, o PP,
é da base de Lula em Brasília.
O eleitor-alvo de Marta também continua incerto. Ela iniciou o primeiro turno dizendo
que queria "reconquistar a
classe média". Terminou afirmando que vai governar para o
"povão". Ontem, disse que os
benefícios aos mais pobres repercutem na classe média.
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