São Paulo, terça-feira, 07 de novembro de 2000

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SALÁRIO MÍNIMO
Para Aloysio Nunes, cobrança permitiria aumentar mínimo
Secretário defende cobrar inativos

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O secretário-geral da Presidência, Aloysio Nunes, defendeu ontem em Fortaleza (CE) a cobrança previdenciária dos funcionários públicos inativos para viabilizar o aumento do salário mínimo.
Segundo ele, o governo federal não tem dinheiro em caixa para pagar nenhum tipo de aumento agora, incluindo o do Judiciário. "Não podemos inventar dinheiro, fabricar dinheiro, o que significaria fabricar inflação."
Nunes reuniu-se ontem com o governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), e os secretários de Ciência e Tecnologia de 11 Estados para discutir a ampliação de centros tecnológicos profissionalizantes em todo o país.
Para o secretário, a cobrança previdenciária de funcionários públicos inativos poderia, ainda, corrigir uma injustiça.
"O ganho médio de um funcionário inativo do Executivo é de 14 salários mínimos; o de um aposentado do Judiciário é de 30 salários mínimos; o de um do Legislativo é de 40 salários mínimos. Em compensação, o pessoal do INSS recebe, em média, 1,8 salário mínimo. Não é justo."
O governo federal deixa de arrecadar, segundo Nunes, R$ 1,6 bilhão sem a cobrança.
"No INSS, você tem um déficit de R$ 8 milhões para pagar a aposentadoria de 18 milhões de pessoas", afirmou. "Em algum momento, o mundo político vai ter de se debruçar sobre isso."
A maior dificuldade, de acordo com o secretário, é o projeto que prevê a cobrança dos funcionários públicos inativos passar pelo Congresso. "Reconheço que não existe disposição para aprovar o projeto. Mas a saída para que os aumentos fiquem no Orçamento vai ter de sair do Congresso", afirmou Nunes.
"O tesouro público não é um gavetão cheio de dinheiro, em que você põe a mão e pega quanto quiser. Para dar aumentos, ou você aperta a receita ou você corta despesas. Acho que essa seria uma boa saída", disse.

Esquerda
O crescimento da esquerda pelo país, visto nas eleições municipais, não preocupa o governo federal, segundo Nunes.
"Estamos prontos a debater com quem quer que seja os resultados do governo na área social. As ações sociais do governo Fernando Henrique não tiveram comparação com as idéias de nenhum partido de oposição", afirmou o secretário.
"É claro que, diante de tantas carências sociais, de tanta desigualdade, tudo o que se fizer ainda é pouco."


Texto Anterior: Congresso: Tucanos e PMDB lançam Aécio para presidir Câmara
Próximo Texto: São Paulo: Covas visita obras contra enchente
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.