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Convênio com União pode ser saída
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A saída para os prefeitos eleitos
contarem com a ajuda da União
para novos investimentos deve
ser a realização de convênios com
o governo federal.
O secretário do Tesouro Nacional, Fábio Barbosa, afirmou ontem que "a relação entre as prefeituras e o governo federal não é baseada exclusivamente em contratos de renegociação de dívidas".
Para ele, os convênios entre
União e municípios não são novidade e são o caminho agora em
razão de "um conjunto de ações
moralizadoras que o governo tomou em várias áreas".
A principal delas é a LRF (Lei de
Responsabilidade Fiscal), que impede a renegociação das dívidas
dos municípios. O descumprimento da LRF pode resultar em
prisão de um a quatro anos.
O secretário-adjunto do Tesouro, Renato Villela, explica que, se
o município pretende fazer investimentos que estão acima de sua
disponibilidade de recursos, pode
optar pelos convênios.
"É uma forma de o governo federal auxiliar as prefeituras. Isso
não está vedado na lei, mas não é
da nossa alçada (Ministério da Fazenda)", adiantou Villela.
Para obter novos recursos, os
prefeitos precisarão bater de porta em porta pela Esplanada dos
Ministérios. "Os municípios terão
de articular com diferentes ministérios essa ajuda."
Isso quer dizer que investimentos nas áreas de saúde, educação e
segurança, por exemplo, dependerão da disponibilidade de recursos e do interesse dos ministérios ligados a essas áreas.
"Se está dentro das prioridades
do ministério e se houver recursos, é uma forma de relacionamento entre o governo federal e
os municípios", enfatizou Villela.
Uma outra forma de garantir dinheiro para os municípios é a inclusão de recursos no Orçamento
do ano que vem, que está sendo
discutido pelo Congresso.
O prazo para apresentação de
emendas começou ontem e termina no sábado. Cada parlamentar pode apresentar até 20 emendas, totalizando R$ 2 milhões por
deputado ou senador.
As bancadas estaduais, regionais e as comissões do Congresso
também podem incluir previsões
de gastos no Orçamento que podem chegar a R$ 1 bilhão.
Fábio Barbosa ainda lembrou
que a mudança de prazos para o
pagamento das dívidas dos municípios implica mudança nas condições do financiamento.
De acordo com o contrato assinado pela Prefeitura de São Paulo,
o município precisará pagar, em
um prazo de 30 meses, R$ 2,1 bilhões à vista. Caso decida adiar esse pagamento, o município está
sujeito a juros maiores (de 6% para 9%) na rolagem do total da dívida.
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