São Paulo, terça-feira, 07 de novembro de 2000

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ADMINISTRAÇÃO
Rui Falcão confirma convite a João Sayad para a Secretaria das Finanças; PPS e PSB também deverão ter cargos
Marta admite chamar PSDB para governo

JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

Marta Suplicy aceita a participação do PSDB no comando de uma secretaria na sua gestão na prefeitura, se os tucanos quiserem. "Ela já manifestou que deve ter alguém do PSDB, se o partido o desejar", disse ontem Rui Falcão, coordenador do PT na equipe de transição entre o governo eleito e a administração de Celso Pitta (PTN).
Adversário do PT nos planos estadual e federal, o PSDB apoiou a candidatura de Marta no segundo turno. Diversas lideranças municipais do partido já anunciaram a intenção de fazer oposição à prefeitura petista na Câmara.
"Em nenhum momento fizemos qualquer acordo que envolvesse isso (nomeações para cargos na administração municipal), mas é evidente que nos interessa que a dimensão de forças aglomeradas, além do PT, seja acoplada ao governo", afirmou Falcão.
Segundo o coordenador da equipe de transição, a participação no futuro governo dependerá do perfil dos nomes cogitados. Para Falcão, os possíveis secretários devem ter afinidade com as propostas apresentadas pelo PT.
"Se tiver o perfil que mencionamos, embora eu não fale pelo partido, não vejo razões para que isso (o convite) não ocorra", disse.
Os critérios, segundo Falcão, são competência e honestidade. Apesar de citar também a identidade com o PT, Falcão descartou que os secretariáveis tenham de ser ligados ao partido.
"Buscamos na sociedade pessoas que reúnam capacidade e honestidade. Não há necessidade de que sejam do PT, mas que se pautem pelos nossos propósitos."
Falcão admitiu ontem que João Sayad, ministro do Planejamento no governo José Sarney (1985-1990) foi convidado para a pasta das Finanças, como informou em 3 de novembro na Folha a coluna de Mônica Bergamo. A Folha apurou que Sayad, amigo pessoal de Marta, já aceitou o convite.
"Sim, ele reúne algumas dessas características e quero crer, pelas notícias que tenho ouvido, que tenha aceito", disse Falcão.
Outro nome cotado é o do economista Paulo Nogueira Batista Júnior para a pasta do Planejamento. Oficialmente, ele nega que tenha recebido convite para participar do governo. Batista Júnior também é amigo de Marta e do senador Eduardo Suplicy.
Ainda devem participar do próximo governo integrantes do PPS e do PSB, que também apoiaram o PT no segundo turno.
Em relação ao PMDB, que demonstrou por meio de alguns de seus integrantes desejar cooperar com a prefeita, Falcão disse: "Nem todos os que querem colaborar com nossa proposta irão participar do nosso governo".
Hoje, a equipe de transição se reúne com a prefeita eleita. Segundo Falcão, a prioridade é coletar dados e informações sobre a Prefeitura de São Paulo para que os secretários que forem designados comecem a trabalhar.
Participam da equipe, além de Marta e Falcão, o vice-prefeito eleito Hélio Bicudo, Vladimir Garreta, coordenador de comunicação da campanha de Marta, o deputado estadual Paulo Teixeira, o suplente de vereador Maurício Faria, Francisco Macena e Edson Ferreira, integrantes do comando da campanha petista.
Será discutido amanhã o número de subprefeituras a serem criadas no lugar das administrações regionais. Também deve estar na pauta nomes para empresas que têm participação do município, como a Anhembi e a Prodam.


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