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PÓS-MANDATO
Em jantar, presidente diz que vai precisar de contribuições para manter Instituto Fernando Henrique Cardoso
FHC pede a empresários ajuda para ONG
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
Em jantar com a presença de 12
presidentes de grandes empresas
do país realizado na segunda-feira
no Palácio da Alvorada, o presidente Fernando Henrique Cardoso expôs, durante quatro horas,
como irá funcionar o Instituto
Fernando Henrique Cardoso, já
batizado de IFHC, a ONG (organização não-governamental) que
irá presidir quando deixar o governo, a partir do ano que vem.
No jantar, a Folha apurou que
Fernando Henrique Cardoso disse que irá precisar da contribuição dos empresários para manter
o instituto. Ele afirmou que será
criado um fundo específico para
cuidar das finanças da ONG. Muitos dos empresários presentes ao
jantar já deram uma contribuição
inicial para o instituto.
Estiveram presentes ao jantar,
entre outros, Lázaro Brandão
(Bradesco), Pedro Piva (Klabin),
Benjamin Steinbruch (CSN),
Emílio Odebrecht (Odebrecht),
Jorge Gerdau Johannpeter (Gerdau), Kati Almeida Braga (Icatu),
David Feffer (Suzano) e Ricardo
Espírito Santo (grupo Espírito
Santo).
FHC explicou aos empresários,
de acordo com o que a Folha apurou, que o seu instituto irá organizar palestras, cursos, receber convidados ilustres de fora do país e
ainda cuidar de viagens ao exterior de Fernando Henrique Cardoso.
Será através dessas atividades
que o instituto pretende se manter financeiramente. FHC informou que o instituto terá um conselho deliberativo em sua estrutura, à semelhança do instituto criado recentemente pelo ex-presidente americano Bill Clinton.
O IFHC também irá cuidar do
arquivo e do levantamento da história dos oitos anos do governo
Fernando Henrique Cardoso. O
objetivo será o de preservar a memória desses oito anos de governo.
Depois desse trabalho, Fernando Henrique Cardoso disse aos
empresários que irá doar o arquivo para a USP (Universidade de
São Paulo).
O instituto irá funcionar numa
área de 1.600 metros quadrados
no sexto andar do Edifício Esplanada, no centro da capital paulista, onde funciona o Automóvel
Clube de São Paulo.
Segundo a Folha apurou, os
empresários receberam de forma
bastante positiva a exposição de
como irá funcionar o Instituto
Fernando Henrique Cardoso. Todos manifestaram disposição de
apoiar a criação do instituto.
Segundo um dos empresários
presentes ao jantar, apesar de ser
uma idéia nova no Brasil, a criação de institutos presididos por
ex-chefes de Estado é normal nos
países desenvolvidos, principalmente nos Estados Unidos. Em
todos esses casos, o chefe de Estado também conta com o apoio da
iniciativa privada para levantar
seus institutos.
Nos últimos meses, o presidente
Fernando Henrique Cardoso tem
recebido sondagens para participar de diversos organismos internacionais, além de grandes fundações empresariais.
Uma das empresas que manifestou interesse no passe de FHC
foi a estatal francesa EDF (Electricité de France), que é dona da
Light no Brasil. De acordo com o
que a Folha apurou, a EDF cogitou a possibilidade de convidar
FHC para ocupar um cargo de
prestígio na sua fundação, que é
mais voltada para o meio ambiente.
Além do instituto, FHC já acertou outros compromissos quando deixar o governo. Ele será presidente de honra do Clube de Madri, deverá ter um cargo de destaque na ONU (Organização das
Nações Unidas), além de ser professor visitante de várias universidades, entre elas Harvard.
O jantar de segunda-feira foi
apenas o primeiro de uma série de
encontros que FHC está agendando com empresários e grandes
executivos do país para mostrar
como irá funcionar o seu instituto.
De acordo com o que a Folha
apurou, dois jantares já estão programados para as próximas semanas. As listas dos convidados
ainda estão em fase de elaboração.
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