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Vedoin deve dizer hoje no conselho que não ofereceu dossiê contra Mercadante
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
DO ENVIADO ESPECIAL A CUIABÁ
O empresário Luiz Antonio
Vedoin, acusado de liderar a
máfia dos sanguessugas, deve
negar hoje em depoimento ao
Conselho de Ética da Câmara
dos Deputados, em Brasília, ter
oferecido um dossiê contra o
senador Aloizio Mercadante
(PT-SP) ao empresário de Piracicaba (SP) Abel Pereira.
Abel Pereira -que é ligado ao
ex-ministro da Saúde e atual
prefeito de Piracicaba, Barjas
Negri (PSDB)- afirmou à Polícia Federal há duas semanas
que Vedoin teria oferecido a ele
documentos contra Mercadante, então candidato ao governo
do Estado de São Paulo.
"Ele [Vedoin] vai negar. Essa
afirmação [feita por Abel Pereira] é tão ridícula, que não merece nem comentário", disse o advogado Oto Medeiros.
À PF Abel Pereira disse que
não chegou a ler nem a tomar
conhecimento dos documentos contra Mercadante.
O depoimento de Vedoin está
marcado para as 15h. Segundo
Medeiros, seu cliente não vai
vai alterar seus depoimentos
anteriores e não acrescentará
novas informações.
Na CPI
A CPI dos Sanguessugas começa a ouvir hoje o depoimento dos ex-ministros da Saúde
cujos nomes foram citados nas
investigações sobre a máfia das
ambulâncias superfaturadas.
Dos quatro convidados pela comissão, apenas o governador
eleito de São Paulo, José Serra
(PSDB), avisou previamente
que não comparecerá.
Barjas Negri será o primeiro
a dar explicações à CPI, à tarde.
Sucessor de Serra na Saúde,
Barjas é o principal alvo dos governistas na tentativa de explorar a suspeita de envolvimento
de tucanos com o esquema.
O depoimento de José Serra
estava previsto para a manhã
de hoje, mas o ex-ministro já
havia dito a aliados que não
compareceria. Ele está em viagem a Washington (EUA).
"O fato de o Serra estar em
Washington não é o motivo. Ele
não vem porque, até agora, não
tem nada a acrescentar para a
CPI. Se porventura ele vier a
ter, ele só vai depor depois do
presidente Lula e do senador
Aloizio Mercadante [candidato
derrotado ao governo de São
Paulo]", disse o líder do PSDB
na Câmara, deputado federal
Jutahy Júnior (PSDB-BA).
Em entrevista à revista "IstoÉ", a família Vedoin levantou
suspeitas contra José Serra,
mas as declarações caíram em
descrédito diante do estouro de
outro escândalo, o da tentativa
dos Vedoin de vender a petistas
supostos documentos e informações que ligariam o tucano
com a máfia dos sanguessugas.
Amanhã, será a vez do depoimento de dois ex-ministros da
gestão de Lula, Humberto Costa (PT), que ocupou o cargo de
janeiro de 2003 a julho de
2005, e seu sucessor, Saraiva
Felipe (PMDB), que foi ministro até março deste ano.
(ADRIANO CEOLIN E RANIER BRAGON)
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