|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Presidente do PMDB convida Aécio para se filiar ao partido
Tucano diz que prefere tentar a candidatura presidencial pelo
PSDB, mas seus aliados afirmam que ele não descarta a troca
Peemedebistas e petistas contrários à candidatura de Dilma flertam com o tucano mineiro, que já disse que não aceita ser vice de Serra
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), foi convidado anteontem a se filiar ao
PMDB para disputar a Presidência em 2010. O convite
aconteceu em conversa do governador com o presidente do
PMDB, Michel Temer (SP), e o
líder do PMDB na Câmara,
Henrique Eduardo Alves (RN).
Aécio respondeu que seu caminho é tentar a candidatura
presidencial pelo PSDB. No entanto, aliados de Aécio dizem
que, se ele for atropelado pelo
governador José Serra (SP) na
disputa tucana, poderá examinar a possibilidade de se filiar
ao PMDB numa janela para
troca de partidos que vem sendo costurada no Congresso.
A avaliação dos peemedebistas é que, caso Aécio entre no
partido, a legenda teria discurso para sustentar uma candidatura presidencial em 2010. Hoje o PMDB tem seis ministérios
no governo federal e a maioria
do seus líderes afirma que a
tendência é compor com o candidato do presidente Lula.
No entanto, o "fator Aécio"
poderia mudar o quadro peemedebista. No passado, políticos que ingressaram no PMDB
na esperança de serem candidatos foram solenemente ignorados pelo interesse do partido
em atender ao governo de plantão. Itamar Franco retornou ao
PMDB para tentar ser candidato em 1998 e Anthony Garotinho trilhou o mesmo caminho
para concorrer ao Planalto em
2006. Ambos fracassaram.
Reservadamente, peemedebistas argumentam que Aécio
teria tratamento diferente. Alegam que Lula teria interesse
em retomar articulações para
que Aécio se filiasse ao PMDB.
À Folha, em 2007, Lula admitiu que poderia apoiar Aécio
em 2010 se ele fosse filiado a
um partido de sua própria base.
Para surpresa de tucanos,
Aécio adotou um discurso mais
agressivo em relação ao governo Lula em reunião com a bancada federal do PSDB anteontem, em Brasília. Ontem, Aécio
amenizou as críticas em conversas reservadas, dizendo que
repetiu o que já dissera sobre
os pontos fracos do governo.
Peemedebistas e petistas
com resistência à candidatura
de Dilma Rousseff voltaram a
flertar com Aécio após o resultado das eleições municipais. O
PMDB saiu fortalecido, mas
não tem um nome nacional para sustentar uma candidatura.
Há ainda os efeitos da crise global: se a economia fraquejar,
Lula poderá perder força para
bancar Dilma e poderia se render à aliança com o PMDB.
Até agora, porém, Lula tem
dado demonstração de que
pretende levar o projeto Dilma
adiante. A dúvida em relação à
candidata está na cabeça de
aliados do presidente. A depender da evolução do cenário econômico, peemedebistas avaliam que poderia haver espaço
para uma chapa Aécio-Dilma.
Aécio, porém, dá sinais de
que prefere lutar pela candidatura no PSDB. O governador
mineiro já disse a aliados que
não aceitará ser vice de Serra.
Texto Anterior: Toda Mídia - Nelson de Sá: De Roubini para Obama Próximo Texto: Congresso: Sarney diz a lula que PMDB quer direção do senado Índice
|