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Mendes defende pedido de vista de Toffoli
DA SUCURSAL DO RIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar
Mendes, afirmou ontem que o
pedido de vista da peça que pede a abertura de processo penal
contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB) no caso do mensalão mineiro foi bem justificado.
Anteontem, o relator do caso,
Joaquim Barbosa, aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público. No entanto, os
demais ministros não chegaram a votar porque José Antonio Dias Toffoli alegou que precisava analisar um recibo apresentado por Barbosa que ligaria
o senador ao escândalo. Segundo a defesa, a prova é falsa.
Toffoli argumentou que o documento é o único indício de
participação do tucano no esquema de desvio de verbas para
sua campanha de reeleição ao
governo de Minas, em 1998.
"Não se pode impor a um colega que acaba de chegar a obrigação de julgar de imediato. É
uma matéria complexa e extremamente sensível", afirmou
Mendes, no Rio.
Toffoli tomou posse no STF
em outubro, após atuar como
advogado-geral da União por
dois anos e meio.
A dúvida levantada pela defesa de Azeredo ao dizer que o recibo era falso gerou discussões
sobre a apresentação de provas
nesta fase do processo.
Por outro lado, ministros da
STF ouvidos pela Folha afirmaram que a análise das provas contra acusados de algum
crime deve ocorrer somente
depois do recebimento da denúncia. "O que se analisa nesta
fase é se há provas da materialidade do crime e indícios de
que foram praticados pelo acusado. Indícios são sinais apenas", disse Carlos Ayres Britto.
O ministro Marco Aurélio
Mello concorda: "Essa é a fase
embrionária do processo e o
que se analisa é apenas a existência de indícios".
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