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Testemunhas confirmam elo entre acusados e Beira-Mar
da Sucursal do Rio
Testemunhas ouvidas ontem
pela Justiça de Duque de Caxias
(Baixada Fluminense) confirmaram o envolvimento de três acusados com a quadrilha de Luis
Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, o mais procurado
traficante de drogas do Rio.
Em depoimento à juíza Therezinha Avelar, da 1ª Vara Criminal
de Duque de Caxias, as testemunhas -sete policiais ligados às investigações sobre a quadrilha de
Beira-Mar- informaram que
Khaled Nawaf Aragi, Alda Inês
dos Anjos Oliveira e Cláudio de Sá
Neves, o Claudinho Carioca, integram o grupo do traficante.
Os três estão presos e negam as
acusações. Aragi é apontado como doleiro de Beira-Mar. Alda
Inês, ex-amante do traficante, e
Neves seriam responsáveis pelo
gerenciamento dos negócios de
Beira-Mar no Rio.
O fórum de Duque de Caxias recebeu reforço policial por causa
da presença dos três acusados na
audiência de ontem. Cerca de 40
policiais -a maioria da Polícia
Militar- foram destacados para
fazer a segurança do prédio do fórum, no centro da cidade.
Dentro de um mês será realizada nova audiência no tribunal de
Duque de Caxias, somente com as
testemunhas de defesa arroladas
no processo.
Conexão Miracema
O depoimento do motorista
Manoel Antônio da Silva à sub-relatoria do Rio da CPI do Narcotráfico, ontem à tarde, aumentou
nos integrantes da comissão, segundo a deputada federal Laura
Carneiro (PFL-RJ), a convicção
do envolvimento da juíza aposentada Valdeci Lopes Pinheiro com
os supostos traficantes Antonio e
Arnaldo Gonçalves dos Santos.
Silva, que está preso, é motorista da juíza. No depoimento, ele
confirmou os termos de diálogos
gravados com ordem judicial pela
PF (Polícia Federal). Em um deles, a juíza diz para o motorista
que "o homem está em Niterói".
O "homem", na interpretação
da deputada, seria Antônio Gonçalves dos Santos, o Toni, que está
sendo procurado, juntamente
com o irmão Arnaldo, sob acusação de tráfico.
Eles seriam os líderes do tráfico
no morro do Cavalão (Niterói, a
13 km do Rio) e teriam montado
uma conexão em Miracema, noroeste do Estado, na época que
Valdeci Pinheiro era juíza de lá.
Os advogados de Silva protestaram, alegando que as fitas ainda
não estão periciadas para comprovar de quem são as vozes. Silva
disse que não sabia quem era "o
homem" e negou envolvimento
dele ou da juíza com o tráfico.
Depôs também Valdecira Gonçalves dos Santos, irmã de Toni e
Arnaldo. Ela, que também está
presa, chegou a admitir que os irmãos sejam traficantes, mas depois negou. Também negou envolvimento entre Toni e a juíza.
A CPI suspeita que possa haver
lavagem de dinheiro em uma
operação de troca de uma camionete Blazer por um automóvel
Astra feita por Arnaldo, em nome
de Valdecira. Segundo esta, seu irmão deu a Blazer pelo Astra e ainda ficou devendo 24 prestações de
R$ 800. Para os deputados da CPI,
o Astra não vale tudo isso e poderia estar superfaturado.
A juíza Valdeci Pinheiro deveria
depor ontem, mas não foi encontrada. Hoje, vão depor Khaled
Aragi e Lila Mirta Ibanez Lopez,
que traria droga da Bolívia.
Até o final da semana, os cinco
deputados da sub-relatoria do
Rio estarão tomando outros depoimentos, inclusive de militares
da Força Aérea Brasileira que estavam de plantão em abril deste
ano na Base Aérea do Galeão
(Rio), quando foram apreendidos
33 kg de cocaína em um avião.
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