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Verba será utilizada em menos de uma semana em campanha sobre condecoração da ONU dada ao presidente
Governo gasta R$ 4 mi para divulgar prêmio de FHC
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A última campanha publicitária
do governo federal gastará entre
R$ 3,5 milhões e R$ 4 milhões, em
menos de uma semana, para saudar a conquista do prêmio Mahbub ul Haq, instituído pela ONU
(Organização das Nações Unidas), pelo presidente Fernando
Henrique Cardoso.
A campanha, que é constituída
por filmes de 30 e de 15 segundos,
está no ar desde a última terça-feira. Ela foi criada pelo publicitário
Nizan Guanaes -que também
foi o marqueteiro da campanha
presidencial derrotada do senador tucano José Serra- e produzida pela agência DMA, empresa que já prestava serviços ao Ministério do Trabalho.
Mahbub ul Haq é o nome do
economista paquistanês que
criou o relatório global IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). O índice, empregado pela
ONU para medir qualidade de vida, cruza dados de renda, expectativa de vida e conhecimento.
A honraria foi instituída pela
ONU para premiar governantes
que teriam alcançado sucesso em
colocar o desenvolvimento social
no centro da agenda política.
Para cinco especialistas internacionais escolhidos para a ONU,
este teria sido o caso de FHC. Ele
vai receber o prêmio em Nova
York na próxima semana por sua
"permanente dedicação" ao desenvolvimento humano, segundo
justificativa da ONU.
O presidente brasileiro, segundo as Nações Unidas, teria elevado o "padrão pelo qual a governança pode ser julgada na América Latina".
Para o secretário de Comunicação de Governo, João Roberto
Vieira da Costa, constitui "um orgulho para nós brasileiros um reconhecimento da ONU aos avanços sociais realizados no governo
do presidente da República". Isso
justificaria a campanha, segundo
Vieira da Costa.
Trata-se da primeira edição do
prêmio Mahbub ul Haq, que será
concedido a cada dois anos.
O presidente vai recebê-lo na
próxima segunda-feira, dia 9, em
Nova York. A campanha da Secom (Secretaria de Comunicação
Social de Governo) se estenderá
até essa data.
Os filmes falam de alguns dos
programas que levaram FHC a
ganhar o prêmio.
Destacam, por exemplo, a redução de 25% no trabalho infantil e
de cerca de 40% na mortalidade
infantil, o fato de que 100% das
crianças estão na escola e a redução de 64% nas mortes provocadas por Aids.
O prêmio é personalizado, foi
dado a FHC, mas a campanha leva a logomarca de oito anos dos
dois mandatos do presidente. De
acordo com o secretário Vieira da
Costa, é para "marcar e registrar
esse momento".
A campanha será a última do
governo FHC. Mas, ao contrário
de 2001, quando gastou cerca de
R$ 150 milhões em publicidade
apenas no mês de dezembro, neste ano o governo estima que os
gastos não devem chegar a R$ 50
milhões. Até outubro, os gastos
da administração direta com publicidade estavam em R$ 129 milhões.
Até o final do ano, Fernando
Henrique Cardoso deve recorrer
apenas a cadeias nacionais de TV,
após as festas natalinas, para
apresentar balanços de governo.
Está descartada a hipótese de
uma megacampanha como ocorreu no início do segundo semestre
- que tinha o título "Brasil - 8
anos construindo o futuro".
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