São Paulo, sábado, 07 de dezembro de 2002

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Verba será utilizada em menos de uma semana em campanha sobre condecoração da ONU dada ao presidente

Governo gasta R$ 4 mi para divulgar prêmio de FHC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A última campanha publicitária do governo federal gastará entre R$ 3,5 milhões e R$ 4 milhões, em menos de uma semana, para saudar a conquista do prêmio Mahbub ul Haq, instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas), pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.
A campanha, que é constituída por filmes de 30 e de 15 segundos, está no ar desde a última terça-feira. Ela foi criada pelo publicitário Nizan Guanaes -que também foi o marqueteiro da campanha presidencial derrotada do senador tucano José Serra- e produzida pela agência DMA, empresa que já prestava serviços ao Ministério do Trabalho.
Mahbub ul Haq é o nome do economista paquistanês que criou o relatório global IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). O índice, empregado pela ONU para medir qualidade de vida, cruza dados de renda, expectativa de vida e conhecimento.
A honraria foi instituída pela ONU para premiar governantes que teriam alcançado sucesso em colocar o desenvolvimento social no centro da agenda política.
Para cinco especialistas internacionais escolhidos para a ONU, este teria sido o caso de FHC. Ele vai receber o prêmio em Nova York na próxima semana por sua "permanente dedicação" ao desenvolvimento humano, segundo justificativa da ONU.
O presidente brasileiro, segundo as Nações Unidas, teria elevado o "padrão pelo qual a governança pode ser julgada na América Latina".
Para o secretário de Comunicação de Governo, João Roberto Vieira da Costa, constitui "um orgulho para nós brasileiros um reconhecimento da ONU aos avanços sociais realizados no governo do presidente da República". Isso justificaria a campanha, segundo Vieira da Costa.
Trata-se da primeira edição do prêmio Mahbub ul Haq, que será concedido a cada dois anos.
O presidente vai recebê-lo na próxima segunda-feira, dia 9, em Nova York. A campanha da Secom (Secretaria de Comunicação Social de Governo) se estenderá até essa data.
Os filmes falam de alguns dos programas que levaram FHC a ganhar o prêmio.
Destacam, por exemplo, a redução de 25% no trabalho infantil e de cerca de 40% na mortalidade infantil, o fato de que 100% das crianças estão na escola e a redução de 64% nas mortes provocadas por Aids.
O prêmio é personalizado, foi dado a FHC, mas a campanha leva a logomarca de oito anos dos dois mandatos do presidente. De acordo com o secretário Vieira da Costa, é para "marcar e registrar esse momento".
A campanha será a última do governo FHC. Mas, ao contrário de 2001, quando gastou cerca de R$ 150 milhões em publicidade apenas no mês de dezembro, neste ano o governo estima que os gastos não devem chegar a R$ 50 milhões. Até outubro, os gastos da administração direta com publicidade estavam em R$ 129 milhões.
Até o final do ano, Fernando Henrique Cardoso deve recorrer apenas a cadeias nacionais de TV, após as festas natalinas, para apresentar balanços de governo.
Está descartada a hipótese de uma megacampanha como ocorreu no início do segundo semestre - que tinha o título "Brasil - 8 anos construindo o futuro".


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