São Paulo, sábado, 07 de dezembro de 2002

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QUESTÃO AGRÁRIA

Grupo ligado ao MST teria matado bois e cães

PM acusa sem-terra de destruírem casas em fazenda invadida em MG

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AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

As cerca de 120 famílias de sem-terra ligados ao MST que invadiram uma fazenda no norte Minas destruíram mais uma casa na tarde de ontem, segundo a Polícia Militar. O grupo teria ainda matado dois bois, para fazer um churrasco, e dois cães da raça rottweiler, que faziam a segurança da propriedade.
Desde que os invasores entraram na fazenda, 22 empregados foram expulsos do local, três propriedades foram destruídas, sete animais morreram e máquinas foram destruídas.
A fazenda Caatinga, na cidade de São Francisco, foi invadida na segunda-feira passada por um grupo do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), segundo o Iter (Instituto de Terras de Minas Gerais). O movimento não comentou o caso.
A ação teria sido planejada depois que o próprio instituto divulgou laudo, mostrando que a propriedade era devoluta.
Segundo o capitão Francisco Nunes, 35, que comanda as negociações com os sem-terra na Caatinga, a Justiça enviou ontem à corporação um mandado de reintegração de posse.
Agora, afirma Nunes, a PM está estudando a forma de retirar os invasores do local. "O clima está tranquilo", disse Nunes.
Na Bahia, a Justiça de Itabela marcou para a próxima segunda-feira a reintegração de posse da fazenda Jacarandá, invadida em outubro por cerca de 120 famílias de integrantes do MST.
No final da tarde de ontem, os lideres do MST foram notificados da decisão judicial, e a Polícia Militar informou que eles têm um prazo de 48 horas para deixar a propriedade de 417 hectares.

Invasões
O MST promete intensificar a partir de janeiro sua cobrança sobre Luiz Inácio Lula da Silva para que ele lute pela federalização dos julgamentos de crimes provenientes de conflitos agrários.
Para o MST, nas palavras de seu principal ideólogo, João Pedro Stedile, os petistas precisam encontrar um caminho urgente, por meio de medidas provisórias ou votações tanto na Câmara como no Senado, para retirar os casos das instâncias estaduais, revogando assim a decisão do julgamento de Eldorado do Carajás (PA). "Vamos cobrar o presidente Lula desde o início de seu mandato. Queremos agilidade para reparar essa impunidade", declarou Stedile, ontem, em São Paulo.


Colaboraram a Agência Folha e a Agência Folha, em Salvador


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