DA REDAÇÃO

"Alegre e triste, legal e chata" é como Marice Corrêa Lima, coordenadora administrativa do PT, se define em página do Orkut, portal de relacionamentos que se popularizou no Brasil. Ela teria sido portadora do pagamento de R$ 1 milhão à Coteminas (Companhia de Tecidos Norte de Minas), empresa do vice-presidente José Alencar (PRB), em maio deste ano. No topo da página, há uma foto escura, na qual aparece de chapéu e regata rosa, com o mar ao fundo.
Marice, que diz ter visão política de "esquerda-liberal", faz parte da comunidade virtual "Eu odeio o PSDB", que contabiliza 9.422 integrantes. No texto introdutório, a comunidade se diz aberta a "todos os brasileiros que se sentiram prejudicados pelos oito anos de governo do PSDB".
Suas outras comunidades são "Meu cabelo me odeia", "Ciências Sociais PUC-SP", "Minha família" e "A lentidão do Orkut me irrita".
De acordo com seu perfil, mora sozinha, não tem filhos e, seu objetivo é "fazer amigos". A coordenadora, que lista "la liberté" [a liberdade] no quesito "Paixões", tem entre os livros preferidos estão o thriller "O código da Vinci", de Dan Brown e a auto-ajuda "O monge e o executivo: uma História sobre a Essência da Liderança", de James C. Hunter (ambos da Sextante). Cinema? "Francês, japonês e todos os outros que não sejam americanos."
Marice confirmou ao partido ter levado "um pacote" à Coteminas em maio. Ela também assinou um recibo em que consta o valor entregue à empresa. No entanto, pelo fato de os recursos não constarem da contabilidade oficial, o PT continuava sem reconhecer a operação. Procurada pela reportagem da Folha, Marice afirmou que não foi autorizada pelo partido a falar sobre o tema.


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