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Planalto e base articulam para Sarney presidir Senado
Ele nega possibilidade de voltar ao comando, mas em caso de consenso será difícil recuar
Cúpula do PMDB tratou da sucessão em reunião com Lula anteontem; partido já apresentou 5 candidatos à vaga ocupada por Renan
Sergio Lima/ Folha Imagem
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Na oposição, Arthur Virgilio é o mais resistente a Sarney |
SILVIO NAVARRO
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com cinco candidatos do
PMDB disputando a indicação
para a presidência do Senado, a
base do governo e o Palácio do
Planalto intensificaram ontem
a pressão para tentar interferir
na disputa da bancada e conduzir o senador José Sarney
(PMDB-AP) ao cargo.
A eleição do sucessor de Renan Calheiros (PMDB-AL), que
renunciou ao cargo, está marcada para a próxima quarta-feira, um dia depois da provável
votação da emenda que prorroga a CPMF no plenário.
Apesar de o senador seguir
negando que será candidato,
aliados de Sarney admitiram
que a pressão aumentou muito
e que, se o ex-presidente for um
nome de consenso, dificilmente ele terá como recusar. Caso
se mantenha irredutível, o governo acredita que o sucessor
de Renan será o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN).
"É bondade das pessoas, já
estou com 78 anos e quero reservar meus últimos anos para
terminar minhas memórias",
disse Sarney, que já presidiu a
Casa de 1995 a 1997 e de 2003 a
2005. Ele também se esquivou
quando foi questionado se recusaria a atender a um apelo do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva para que assumisse o posto: "Ele não vai me pedir porque não se pode pedir uma coisa que não se pode dar".
Apelo de Lula
Reservadamente, aliados do
senador ainda apostam que a
recusa não é definitiva e que ele
poderia mudar de idéia se houvesse um apelo de Lula. Anteontem, o presidente já ensaiou fazer esse pedido a Sarney. Durante reunião com peemedebistas no Planalto, ao tratarem da sucessão no Senado, o
presidente disse que o senador
do Amapá tem credibilidade
para assumir qualquer cargo.
"O presidente Sarney optou
por não disputar, mas pode ser
que mude, pode ser que haja
convencimento", afirmou o líder do PMDB, Valdir Raupp
(RO). "Ele é o melhor nome e
pode ajudar a acalmar a disputa
na bancada do PMDB", disse o
líder do governo no Senado,
Romero Jucá (PMDB-RR).
Nos bastidores, peemedebistas dizem que a proliferação de
candidatos tem a digital de Sarney. Ao estimular múltiplas
candidaturas, estaria vislumbrando que seria "convocado"
para ser o nome de consenso.
Oficialmente, concorrem ao
posto cinco peemedebistas:
Garibaldi Alves (RN), Leomar
Quintanilha (TO), Valter Pereira (MS), Neuto de Conto (SC) e
Pedro Simon (RS).
A articulação para tentar
"convencer" Sarney a aceitar a
cadeira da presidência foi traçada na noite de anteontem,
em reunião no Planalto com a
presença de Lula. Participaram
o presidente do PMDB, Michel
Temer (SP), os senadores Roseana Sarney (PMDB-MA) e
Valdir Raupp (RO) e o líder do
partido na Câmara, Henrique
Eduardo Alves (RN).
Outro fator que ampliou a
pressão para que ele concorra
foi o lançamento da candidatura de Pedro Simon com o apoio
de 27 senadores da Casa. Líderes do governo prevêem que isso pode tumultuar a sucessão.
O presidente Lula chegou a
Macapá (AP) por volta das 21h
de ontem (22h no horário de
Brasília) e, segundo a Folha
apurou, jantou com Sarney na
residência oficial do governador do Estado, Waldez Góes
(PDT). As informações iniciais
eram que ele e a primeira-dama, Marisa, iriam para o hotel.
Também foram convidados a
primeira-dama do Estado, Marília Góes, o vice-governador,
Pedro Paulo, o prefeito de Macapá, João Henrique Pimentel
(PT) e deputados estaduais e
federais.
Colaboraram ADRIANO CEOLIN, da Sucursal de
Brasília, e FERNANDO BARROS DE MELLO, enviado especial a Macapá (AP)
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