ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O líder da bancada do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), encontra-se em aparente isolamento no ataque à possibilidade de José Sarney (PMDB-AP) ocupar a cadeira deixada por Renan Calheiros (PMDB-AL). Pelo menos 11 dos 13 senadores tucanos dizem concordar com a volta de Sarney à presidência do Senado.
A bancada do DEM, o outro grande partido de oposição na Casa, já avisou que aceita a nomeação de Sarney.
Ontem, a bancada tucana reuniu-se no gabinete do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) para discutir, entre outras coisas, o possível lançamento de Sarney pelo PMDB.
"A fala do Arthur foi dura, mas eu disse na reunião que não vejo problema", disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). "Para presidir o Senado neste momento de crise, é preciso alguém de status como ele."
Já Tasso Jereissati (PSDB-CE) afirmou: "Ele [Virgílio] tem sido radical, mas é uma posição muito dele".
O líder do DEM, José Agripino (RN), disse desconhecer os motivos de Arthur Virgílio.

Indefinição
A reunião terminou sem uma definição sobre o assunto. O PSDB vai esperar que o PMDB decida quem será seu candidato oficial ao cargo.
Anteontem, na reunião da bancada peemedebista, foram lançados quatro candidatos: Garibaldi Alves (RN), Valter Pereira (MS), Neuto de Conto (SC) e Leomar Quintanilha (TO). Mas, com o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a cúpula do PMDB quer Sarney como candidato.
Presidente do Senado em duas oportunidades (1995-1997 e 2003-2005), Sarney não quer se desgastar disputando o cargo, o que complicaria sua gestão. Por isso o apoio da oposição é fundamental.
A Folha ouviu 12 dos 13 senadores do PSDB. Só não foi encontrado o senador Marconi Perillo (GO). "É um bom nome, uma referência. Neste momento, é melhor que não haja disputa pelo cargo. Seria mais desgaste", afirmou Papaléo Paes (PSDB-AP), que se diz amigo de José Sarney.


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