São Paulo, segunda-feira, 08 de janeiro de 2001

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PAINEL

Ventilador ligado
A CPI do Banco do Nordeste, que o PMDB ameaça pedir em meio à crise da base aliada, é fundamentada em auditoria do TCU. O documento acusa o BNB de mudar critérios internos para dar empréstimos acima dos valores permitidos (e a juros camaradas) ao grupo empresarial de Tasso Jereissati.

Critério amigo
Segundo a auditoria, o Grupo Jereissati obteve empréstimos de R$ 24 mi do BNB, quando estava habilitado a receber no máximo R$ 22 mi. Ainda assim, após uma reclassificação, feita pela diretoria do banco, do nível de risco do cliente (o limite anterior era de R$ 9 mi).

Olho por olho
A auditoria do TCU é antiga, de 98, mas foi escolhida a dedo pelo PMDB para constranger politicamente Tasso, adversário implacável da sigla no governo FHC, no momento em que o tucano tenta viabilizar sua candidatura presidencial para 2002.

Não perde voto
Acusado de ter ofendido senadores, Eurico Miranda (PPB) terá ao menos um defensor na Câmara: Inocêncio Oliveira. Em campanha, o pefelista diz que o cartola é acusado por suas opiniões e não de crime comum. Estaria, portanto, protegido pela imunidade parlamentar.

Causa própria
Solução que o PFL tinha em mente ao tentar zerar o jogo da sucessão no Congresso: eleger um dos seus, Jorge Bornhausen, no Senado, e um peemedebista na Câmara. Resolve o problema de ACM, que veta Jader Barbalho, mas deixa, na Câmara, Inocêncio e Aécio Neves na mão.

Duplo veto
Dificuldade adicional para o acordo a fim de dar ao PFL o Senado e a Câmara ao PMDB: o nome natural dos peemedebistas é Geddel Vieira Lima (BA), algo inaceitável para ACM, que começou toda a confusão vetando Jader Barbalho no Senado.

Caldeirão petista
A esquerda do PT começou a discutir a possibilidade de também lançar um pré-candidato a presidente, caso Eduardo Suplicy, que já está preparando uma agenda de viagens pelo Brasil, insista em disputar as prévias do partido com Lula.

Questão de ordem
Nas tendências de esquerda do PT, é praticamente consenso que Lula deva ser o candidato, sem discussão, para que a disputa interna não municie os adversários em 2002. Mas avalia-se que, caso haja prévia, suas teses têm de estar representadas.

Egos feridos
Marta Suplicy não tem sido muito elogiada entre os promotores e delegados que investigaram a gestão Celso Pitta. Eles reclamam que, apesar do discurso de combate à corrupção, a prefeita paulistana ainda não os chamou para receber informações sobre a máfia da propina.

Diplomacia de resultados
O Itamaraty resolveu comprar a briga de José Serra (Saúde) para tentar mudar a metodologia que a Organização Mundial de Saúde adota a fim de fazer o ranking de saúde dos países. Em 2000, o Brasil ficou em 125º lugar e o ministro tucano chiou.

Alta no tapetão
Sexta passada, Seixas Corrêa (Itamaraty) se reuniu com integrantes do Comitê Executivo da OMS e pediu apoio para a causa do ministro. A proposta de Serra será apresentada na 107ª sessão do Conselho Executivo da OMS, na semana que vem.

Efeito dominó
É questão de semanas, talvez dias, a extensão aos servidores do Congresso do reajuste de 11,98% que o Judiciário já deu aos próprios salários.

Feliz Ano Velho
Do deputado João Herrmann (PPS-SP), sobre ACM (PFL-BA) dizer que pode disputar a Presidência da República: "2001 nasce pior do que 2000. ACM candidato a presidente da República".

TIROTEIO
Do tucano José Aníbal, secretário de Mário Covas, sobre o PT e a montagem do governo Marta Suplicy:
- O PT parece um partido stalinista. Ninguém fala nada, mas todo mundo sabe que há insatisfação no partido.



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